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Semana de Paris traz moda sexy e excêntrica

Redação Folha Vitória

São Paulo - Paris está excêntrica, voltada totalmente para os desajustados, os rebeldes e os provocadores. Cores fortes gritam nas passarelas, ombreiras gigantes e drapeados inusitados, meio sem propósito, também têm destaque. Na semana de moda da cidade, que ocorreu entre os dias 27 de setembro e 3 deste mês, caiu o reinado da moda comum, normal. Disparou o exercício de modelagem, as causas engajadas e as convicções artísticas que dão de ombros aos desejos dos consumidores clássicos das marcas de luxo.

Em algumas coleções, explodiram peças amplas, que escondem as curvas e confortam. Em outras, descaradamente sexys, os decotes despudorados, as saias curtas e os jeans surrados deram um certo tom de impertinência aos looks (e a quem os veste, claro).

A turma da Balmain, liderada por Olivier Rousteing, ressaltou a estética das Kardashian - e das roupas de impacto, das maquiagens perfeitas, das unhas longas ovais, das modelos fatais e das celebridades do Instagram. Anthony Vaccarello, estilista que fez sua estreia à frente da Saint Laurent, também engrossou o time dos muito sexy, com decotes em V feitos para revelar tudo. Na outra ponta, estão Phoebe Philo, da Céline, e Stella McCartney, que apostaram em mulheres independentes, capazes de usar alfaiatarias amplas, paletós gigantes e calças baggy.

Ombreiras enormes, cores vibrantes, drapeados e calças-elásticas fizeram a festa na passarela da Balenciaga, sob o comando de Demna Gvasalia. Ele, que veio do Vetements, grupo de estilo aclamado nas rodas fashion, radicalizou em nome da moda de rua. Os modernos amaram, os conservadores acharam de uma impetuosidade vulgar. De fato, é um caminho bem diferente para uma das maiores marcas de alta costura de Paris.

Na Chanel, Karl Lagerfeld seguiu sua receita de apresentar clássicos com uma roupagem inovadora. Desta vez, seguiu um conceito ligado à tecnologia e à internet. Os looks vinham com cores acesas e estampas psicodélicas. Bonés virados arrematavam o styling.

Enquanto isso, dois dos desfiles esperadíssimos não decepcionaram. Depois de 16 anos de trabalho juntos na Valentino, Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli se separaram. Ela assumiu a direção criativa da Dior, enquanto ele seguiu no comando da marca italiana. Maria Grazia brilhou de um jeito mais edge e movimentou as redes sociais com um discurso feminista, bem apropriado, diga-se, já que ela é a primeira mulher a assumir a direção da maison.

Pierpaolo arrasou seguindo a mesma linha consagrada que já fazia ao lado dela, deixando os vestidos fluidos de sonho com mais vivacidade e personalidade. Antes das apresentações, pairava uma dúvida no circuito da alta moda internacional: quem seria o Batman e quem seria o Robin dessa dupla dinâmica? Hoje sabemos que o duo contava com dois Batmans.

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