Esportes

Recordista da maratona, Radcliffe nega acusações de doping e se diz 'destruída'

Radcliffe venceu a Maratona de Londres em 2002, 2003 e 2005, sendo a única britânica a triunfar na prova nos últimos 19 anos. "Estou destruída por ter meu nome associado a estas acusações".

Redação Folha Vitória
Maratonista nega doping e afirma que está arrasada com afirmações maldosas Foto: Estadão Conteúdo

Londres - A britânica Paula Radcliffe, que venceu três vezes a Maratona de Londres e continua sendo a detentora do recorde mundial para a distância, negou nesta terça-feira que ela já tenha utilizado substâncias proibidas e disse que estava "destruída" por ter o seu nome associado às acusações de uso generalizado de doping sanguíneo no atletismo.

"Eu categoricamente nego que eu tenha recorrido a trapaças de qualquer forma em qualquer momento da minha carreira", disse a corredora britânica através de um comunicado oficial de quatro páginas.

Radcliffe, de 41 anos, que não participa mais de grandes competições internacionais, disse que ela foi "efetivamente" implicada durante uma audiência parlamentar nesta terça-feira sobre as acusações de doping apresentadas no mês passado pelo jornal britânico The Sunday Times e pela emissora de TV alemã ARD.

 

Jesse Norman, presidente do Comitê de Cultura, Imprensa e Esporte, disse durante a audiência que "vencedores ou medalhistas na Maratona de Londres, potencialmente atletas britânicos estão sob suspeita de alto níveis de doping sanguíneo".

Radcliffe venceu a Maratona de Londres em 2002, 2003 e 2005, sendo a única britânica a triunfar na prova nos últimos 19 anos. "Estou destruída pelo meu nome ter sido associado a estas amplas acusações". "Essas acusações ameaçam minar tudo o que eu fiz, assim como a minha suada reputação. Me ligar a acusações de fraude, provoca danos ao meu nome e reputação que nunca poderão ser totalmente reparados, não importa o quão falso eu sei que elas são".

O Sunday Times e a ARD publicaram que o doping sanguíneo era massivo no atletismo citando resultados vazados de um banco de dados da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês). A entidade rejeitou as sugestões que não agiu contra os resultados suspeitos em testes e de que não teria fazendo o suficiente para combater o doping no esporte.

De acordo com os órgãos de imprensa, foram avaliados os resultados de 12 mil testes sanguíneos de atletas entre 2001 e 2012, com a conclusão de que 800 eram suspeitos. As informações são de que 146 medalhas, sendo 55 de ouro, em provas que vão dos 800 metros até a maratona em Jogos Olímpicos e Mundiais de Atletismo, teriam ficado com atletas que tiveram resultados suspeitos nos exames.

O Sunday Times ainda publicou que a Maratona de Londres foi vencida sete vezes em um período de 12 anos por atletas sob suspeita. "É profundamente decepcionante que a imunidade parlamentar tenha sido usada para efetivamente me implicar, manchando a minha reputação, com pleno conhecimento de que eu não tenho nenhum recurso contra o que foi dito na audiência do comitê", reclamou Radcliffe.

Pontos moeda