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Wada reprova agência do Quênia e e põe em risco presença do país na Olimpíada

Redação Folha Vitória

Montreal - A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) declarou nesta quinta-feira que a agência de combate ao uso de substâncias proibidas do Quênia está fora de conformidade, uma decisão que deixa em risco a participação nos Jogos Olímpicos do Rio de uma das maiores potências do atletismo, especialmente nas provas de longa distância.

O movimento vem menos de um mês depois de o presidente do país assinar uma nova legislação que criminaliza o doping e modifica a agência antidoping do país. A expectativa, então, era de que isso fosse suficiente para que a agência do Quênia fosse considerada em conformidade, o que não ocorreu.

Rene Bouchard, o presidente da comissão de revisão da Wada, declarou que a nova lei não cumpre todos os requisitos que a agencia mundial recomendou, pedindo para o conselho da entidade considerar a agência antidoping do país como fora de conformidade. A partir disso, o presidente da Wada, Craig Reedie, pediu para o conselho aprovar a recomendação. E não houve nenhuma discordância.

A Wada proferiu uma decisão semelhante sobre a agência antidoping da Rússia, em novembro. Posteriormente, então a Federação Internacional das Associações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) tornou a equipe de atletismo do país inelegível para competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos.

Joseph de Pencier, o CEO do Instituto de Agências Nacionais Antidoping, classificou a suspensão da agência do Quênia como "um movimento promissor" pela Wada. "O Quênia é um país que continua a competir em um nível muito alto, sem um

aparentemente competente programa nacional (antidoping)", disse.

O Quênia vem ampliando a sua posição de protagonista no atletismo para além do domínio nas provas de longa distância, tanto que foi o país que mais faturou medalhas de ouro Mundial de Atletismo de 2015, junto da Jamaica.

O problema do doping do Quênia pode ser exemplificado pelos 40 casos de doping no atletismo do país após os Jogos de Londres, em 2012, a maior parte em exames realizados fora do país. "Uma consequência do não cumprimento é que você não pode competir internacionalmente", disse De Pencier. "Isso é o que vai entrar em ação".

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