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Capixaba Jéssica supera síndrome rara e defende as cores do Brasil na Paralimpíada Rio 2016

A paratleta foi vítima da rara síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica que causa inflamação dos nervos e fraqueza muscular, aos 4 anos de idade

Jéssica descobriu no basquete não só uma oportunidade para tratamento fisioterápico, mas um talento incrível Foto: Lu Moulin

Após assistir a uma partida da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas pela televisão, Jéssica Silva Santana, de 23 anos, se encantou pelo esporte e traçou a meta de um dia fazer parte da equipe. Hoje, a capixaba, que mora em Cariacica desde a infância, não só alcançou seu objetivo, como também se tornou uma das maiores esperanças de medalhas para o Brasil, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

Jéssica foi vítima da rara síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica que causa inflamação dos nervos e fraqueza muscular, aos 4 anos de idade, que paralisou sua medula e a fez perder os movimentos da perna esquerda. Foi então que a atleta descobriu no basquete não só uma oportunidade para tratamento fisioterápico, mas um talento incrível, que a fez conquistar uma vaga entre as melhores paratletas do Brasil. Porém, antes de entrar em quadra, a atleta do Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes) revela que outros esportes não foram capazes de conquistá-la como o basquete.

"Quando era mais nova, eu era a única pessoa com deficiência no meu bairro e na escola. Na Paralimpíada de Pequim, em 2008, eu vi a seleção de basquete em cadeira de rodas na televisão. Logo pensei: 'eu quero estar lá'. Procurei saber onde tinha no meu Estado e encontrei o Crefes, em Vila Velha. Busquei saber o que era preciso para estar entre as melhores do país para ser considerada uma das melhores do Brasil. Tentei natação, tênis, mas basquete foi amor à primeira vista", diz.

Jéssica Silva, Geisiane Maia e Bisa Silva representam o Espírito Santo nos Jogos Foto: Reprodução Facebook

Para chegar ao seu objetivo, Jéssica garante que foi uma trajetória árdua. "Foi um processo bem 'sugado'. Tivemos várias etapas de treinamento este ano. Comecei no basquete com 15 anos. Minha primeira convocação foi aos 17, para competir no Campeonato Mundial de Birmingham, na Inglaterra. De 2008 a 2012 fiquei fora da seleção, pois engravidei. Aí eu voltei a fazer tudo de novo, participei de Mundial, Sul-Americana, Copa América... Até chegar aqui hoje", lembra.

Com muito bom humor, a paratleta afirma: "a Jéssica é uma menina extrovertida, alegre, que gosta de viver a vida. Amo estar com a minha família, jogar basquete e que vive um dia após o outro intensamente". A capixaba planeja levar toda essa intensidade também para dentro das quadras nos Jogos. "A gente quer brigar para estar no pódio. O primeiro jogo é sempre mais emocionante, por estar começando a competição, ainda mais com a Argentina, em que há rivalidade. A gente vai para buscar a vitória", promete.

A exemplo de Bisa e Geisiane, Jéssica também espera contar com o apoio da torcida capixaba. "Que eles torçam bastante, passem muitas energias positivas, que a gente vai estar lá dando o nosso melhor e tentando representar o nosso Estado da melhor maneira possível", finaliza.

O confronto entre Brasil e Argentina será realizado no próximo dia 08 de setembro.

Capixabas na seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas mandam recado para capixabas:

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Duração As partidas são divididas em quatro períodos de dez minutos. O relógio para sempre que a bola sai da quadra, uma falta é cometida ou a cada pedido de tempo. Cada equipe tem até 24 segundos de posse de bola para fazer o arremesso.

Pontuação As cestas valem um, dois ou três pontos, dependendo da posição do jogador em quadra.  Lance livre: é o pênalti do basquetebol – vale 1 ponto. Linha de três pontos: fique de olho! Se a bola for lançada atrás desta linha, a cesta vale três pontos – cestas feitas sobre ou dentro desta linha contabilizam 2 pontos.

Cadeiras de roda Feitas sob medida para cada jogador e padronizadas para a prática do esporte, são sensíveis a cada movimento do corpo do atleta. A posição das rodas permite maior estabilidade e equilíbrio ao jogador.

A bola Com 76 cm de circunferência, a bola é feita de oito gomos de couro e pesa de 600 a 650g.

Fonte: rio2016.com

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