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"Paciente misteriosa": Clarinha será enterrada na terça (14) em cemitério de Vitória

Haverá também uma cerimônia de despedida. Clarinha ficou em coma por 24 anos após ser atropelada e nunca foi identificada

Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / TV Vitória

O corpo de Clarinha, a "paciente misteriosa", que ficou internada por 24 anos no Espírito Santo, sem identificação, será enterrada exatamente dois meses depois de ter morrido.

O sepultamento e o enterro foram marcados para a próxima terça-feira (14), em Vitória. O corpo será sepultado no cemitério municipal de Maruípe, às 13h.

A informação foi repassada nesta sexta-feira (10) pelo coronel Jorge Potratz, médico que cuidou de Clarinha no Hospital da Polícia Militar (HPM) e se tornou "guardião legal" da paciente.

Será realizada uma cerimônia de despedida, `às 8h da terça-feira, no Memorial House, localizado na rua Misael Pedreira da Silva, em Santa Lúcia, Vitória. 

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Clarinha morreu no dia 14 de março deste ano. Ela foi atropelada em Vitória no dia 12 de junho de 2000 e, sem identificação, recebeu o apelido ao ser internada no Hospital da Polícia Militar. Ao longo dos anos, ficou em coma e não teve nenhum parente identificado. 

Desde a morte da "paciente misteriosa", a Polícia Científica realizou 12 exames de identificação, na tentativa de localizar a família de Clarinha. Entretanto, todos deram negativos. Com isso, o corpo foi liberado para o médico Jorge Potratz.

Foto: Reprodução

Médico se emocionou ao falar sobre a Clarinha 

Na quinta-feira (9), após receber a informação da Polícia Civil de que nenhum familiar de Clarinha havia sido identificado através dos exames de DNA, o médico deu entrevista ao Folha Vitória e narrou os momentos da trajetória, desde o primeiro contato com Clarinha, os cuidados com a paciente e a morte dela. 

"No ano 2000 ela sofreu o acidente e no ano de 2001 foi transferida para o hospital onde eu trabalhava. Na época, recebi a Clarinha na enfermaria onde dava assistência técnica como médico da Polícia Militar. Desde cedo pensamos em uma forma de chamá-la e decidimos por 'Clarinha' por ela ser muito clara", narra o médico. 

Muito emocionado, o médico também afirmou que, além de ser uma paciente, "Clarinha era uma mulher, uma mãe e uma cidadã". E desabafa que gostaria de ter alcançado o objetivo de narrar tudo que fez para os familiares dela.

"Queria ter alcançado o objetivo da identificação, não que fosse a coisa mais importante do mundo, que isso fosse alterar o relacionamento. O que queria perguntar é: 'ela é sua mãe, sua irmã?' Eu só queria olhar nos olhos de uma mãe ou pai e poder dizer para eles que cuidamos dela da melhor maneira que a gente conseguiu, com toda dignidade", destaca. 

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