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Policial assassinado é enterrado sob clima de comoção e pedidos de justiça

José Maria Gagno Intra foi velado na capela do bairro Vila Nova, em Vila Velha, nesta quinta-feira (9). O corpo foi levado em cortejo até o cemitério de Santa Inês

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução/TV Vitória/Record

O policial civil José Maria Gagno Intra, de 56 anos, foi velado na capela do bairro Vila Nova, em Vila Velha, nesta quinta-feira (9). Em seguida, o corpo foi levado em cortejo até o cemitério de Santa Inês. Na despedida, o clima era de comoção.

Amigos e famíliares se despediram no ritmo do congo. "José Maria é um cara muito amado. Primeiro por sua família, depois por sua corporação civil, pelo seu bairro, por seus amigos de bairro... Foi um jovem que viveu em Vila Nova", disse o irmão João Batista em entrevista à equipe de reportagem da TV Vitória/Record.

"Somos de uma família humilde, pobre, mas que lutou e todo mundo conseguiu o lugar ao Sol. Um lugar onde pudesse lutar por seu sustento e lutar para viver bem. Então, ele era um camarada amado e essa é a prova concreta: era um camarada amado e respeitado por todos aqueles que conviveram com ele. Todo mundo que conviveu com Zé sabe do tamanho da sua generosiade e bondade", comentou.
Foto: Reprodução/TV Vitória/Record

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José era investigador aposentado da Polícia Civil e foi assassinado na terça-feira (7) pelo próprio cunhado na frente de um bar no bairro Balneário Ponta da Fruta, em Vila Velha.

Nério Intra Filho, irmão de José Maria, diz que o crime foi premeditado e que a mulher do policial morto viu “fragilidade no irmão”. De acordo com a família, ele estava no carro com a esposa e a cunhada.

"Elas estavam dentro do carro, ela e a irmã já estavam dentro do carro articulando, e esse camarada estava na rua, caminhou até o carro e ela falou: 'olha ele lá, chama ele, vamo levar pra casa'. Com certeza foi tudo articulado, bem planejado", contou Nério em entrevista.

Suspeito de matar o policial civil está preso

Foto: Reprodução/Balanço Geral

O suspeito, identificado como Joberto Gil Cardoso, de 47 anos, confessou o crime e foi autuado por homicídio qualificado. Horas antes do assassinato ele havia conseguido o benefício da saída temporária, referente ao Dia das Mães, conforme informou a Secretaria de Estado de Justiça (Sejus).

A Sejus informou que o Joberto cumpre pena por estupro de vulnerável na Penitenciária Estadual de Vila Velha e recebeu o benefício de "saidinha" na terça-feira (7), dia do crime.

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Joberto deu entrada no sistema prisional em junho de 2019, mas já havia sido preso em 2013 por furto e roubo, tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo.

Família de policial executado denuncia que mulher encomendou crime para ficar com pensão

Até o momento, a polícia entende que a esposa de José Maria foi uma testemunha do crime. Porém, a família da vítima segue afirmando que ela planejou o crime.

A irmã do policial executado, Margarida Maria Gagno Intra, disse que a esposa dele teria ido ao presídio visitar o irmão dias antes do assassinato.

"Esteve no presídio visitando ele no domingo, o que pra mim, sem sombras de dúvidas, caracteriza a necessidade para que o crime acontecesse de uma maneira que a vítima não estivesse presente no momento em que eles estavam arquitetando. Então, é importante que ela fale o que foi lá fazer visitando esse criminoso", disse Margarida.
Foto: Reprodução TV Vitória
Margarida Maria pede justiça: "Foi tudo intencionado e arquitetado"

De acordo com a familia, a esposa do policial chegou a fazer um empréstimo de R$ 60 mil em nome dele para pagar a festa de casamento. Ainda segundo os familiares, dias antes do crime, ela teria retirado todo o dinheiro da conta do marido.

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Alice Intra, filha mais velha do policial, acompanhou o relacionamento do pai de perto. Ela afirma ter provas que incriminam a madrasta. "Tenho conversas, tenho áudios, ligações gravadas com ela e meu pai. O que eu tenho a dizer é que ela sabe do erro que ela fez", disse. 

"Eu dormi na casa dele, estava sentada com meu filho de 4 anos do lado no sofá, ela sentada na mesa, meu pai olhou pra mim e disse: 'Alice, você é minha filha mais velha, você precisa saber: o filho dela não está morando mais aqui porque me ameaçou e a filha dela foi morar com o namorado. Então, você é minha filha mais velha, precisa saber da verdade'. Na hora que meu pai falou isso, ela disse: 'mentira, mentira'", relatou a filha da vítima.

A jovem afirma que irá entregar as provas para a polícia ainda nesta quinta-feira (7). "Vai ser tudo resolvido juntamente com advogado e com a família, a justiça vai ser feita", contou Alice.

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O corpo do policial aposentado foi sepultado no final desta manhã. A família segue cobrando justiça.

"Pessoas que vieram realmente das trevas, pessoas que estavam presas, por serem criminosas, por outros crimes, conseguiram se aproximar do meu irmão. Numa tentativa de golpe para tentar tirar dele proveitos financeiros e econômicos, tramaram esse crime, essa injustiça contra o meu irmão. Nossa família está ciente do seu dever de lutar até o final por justiça", desabafou João Batista.

*Com informações de Andre Falcão, repórter da TV Vitória/Record.

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