Geral

Enterrado adolescente que morreu após ser liberado com dor no peito na UPA da Serra

O menino, que tinha seis irmãos, estava sempre cercado de colegas e sonhava em ser jogador de futebol. Na última sexta-feira (14), os pais do estudante notaram que ele não estava bem

O adolescente morreu após receber atendimento na UPA de Serra Sede Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação/Prefeitura

O adolescente de 14 anos que morreu após receber atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Serra Sede, na Serra, foi enterrado na manhã desta segunda-feira (16). Carlos Henrique dos Santos Pereira, de 14 anos, morreu após passar mal. A família acusa a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Serra Sede de negligência.

O menino, que tinha seis irmãos, estava sempre cercado de colegas e sonhava em ser jogador de futebol. Na última sexta-feira (14), os pais do estudante notaram que ele não estava bem.

“Eu passei a noite toda vigiando ele, porque ele não conseguia dormir. Ele estava passando mal. Só quando deu umas 4 horas a gente viu que ele conseguiu tirar um sono, bem rápido. Eu percebi que ele estava com a respiração muito alterada”, afirma o pai do adolescente Ronaldo Monteiro Pereira.

De acordo com a família, na manhã de sábado (15), o garoto foi levado pela mãe à UPA de Serra Sede e foi atendido por uma enfermeira, mas não foi submetido a nenhum exame.

“Quando chegamos ao médico, o plantão estava tranquilo. Eles não atenderam porque não quiseram. Eles falaram que o caso dele não era grave. Falaram que o caso dele era de posto de saúde”, relata a mãe do jovem, Roseni Oliveira dos Santos.

Ainda no sábado (15), Carlos piorou. Os pais do estudante decidiram levá-lo mais uma vez ao UPA de Serra Sede, mas ele não resistiu. “Quando nós voltamos à tarde, a gente viu que não tinha mais jeito para ele. No meio do caminho ele começou a me abraçar a me beijar dizendo ‘pai, eu te amo’”, conta o pai do jovem.

Carlos Henrique foi enterrado na manhã desta segunda-feira (17), no cemitério do bairro São Domingos, também na Serra. “A mãe estava muito revoltada. Ela ao tempo todo falava que se a enfermeira tivesse atendido, hoje ele estaria internado e não morto”, diz a amiga da família Graziella Vieira Lube.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, todo paciente que dá entrada no setor de emergência passa por uma classificação de risco e esse procedimento é sempre feito por um enfermeiro. No caso de Carlos Henrique, a assistente social e a enfermeira envolvidas no atendimento foram afastadas e uma sindicância será aberta.

“Nós afastamos imediatamente tanto a enfermeira quanto a assistente social que são as duas servidoras ligadas diretamente ao fato. Estamos instituindo uma comissão de sindicância para poder entender e apurar o fato”, diz a secretária municipal de Saúde, Eida Maria Borges.

A certidão de óbito de Carlos Henrique aponta que a causa da morte é indeterminada. O laudo indicando o motivo do falecimento da criança deve sair em 30 dias. Depois do resultado, a família do menino pretende tomar providências.

Pontos moeda