Hospitais filantrópicos do Espírito Santo ameaçam fechar por falta de pagamento

Pacientes de oncologia, que fazem hemodiálise e quimioterapia poderão ser os mais prejudicadas com o fechamento dos hospitais filantrópicos em todo o Estado. Cerca de 90% desses casos são atendidos por 43 hospitais do gênero informou o presidente Luiz Nivaldo Silva da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado do Espírito Santo. 

Segundo ele, até o momento o Governo do Estado acumula uma dívida de mais de R$ 80 milhões. Os meses de dezembro de 2014, janeiro e fevereiro estão em débito. 

“Hoje ainda tem médicos trabalhando, mas semana que vem não garanto. Está sendo uma guerra, você não sabe o que vem a seguir”, declarou Silva.

De acordo com o presidente da federação existem leitos desativados porque não existe custeio para mantê-los em funcionamento. E municípios podem ficar sem nenhuma assistência médica, como por exemplo Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, onde todos os hospitais da cidade são filantrópicos. “A comunidade vai ficar prejudicada. Se já tem filas, vai ter mais filas. As pessoas vão ter que ir para outro Estado procurar cirurgias e atendimentos”, alertou. 

A gerente de Regulação Assistencial da Secretaria de Saúde, Maria Gorette Casagrande dos Santos, explicou que o pagamento dos débitos do Estado junto aos hospitais filantrópicos já teve início.

“O Estado herdou uma dívida de R$ 100 milhões, referentes a pagamentos de outubro, novembro e dezembro. R$ 68 milhões era o débito com os filantrópicos. Mas em fevereiro foram pagos os meses de outubro e novembro. O pagamento de dezembro depende de um aporte financeiro e orçamentário o mais rápido possível. O pagamento de janeiro teve início na terça-feira”, explicou Maria Gorette.