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Ação contra o trabalho infantil é realizada em Feira Livre, em Vitória

Sensibilizar cidadãos de que existem alternativas interessantes às crianças e adolescentes em lugar de trabalho. Esse foi o objetivo da ação realizada na Feira Livre de Jardim da Penha

Oficina de artes para crianças Foto: Divulgação/Prefeitura

Foi realizado neste sábado (13), uma ação de enfrentamento ao Trabalho Infantil, na Feira Livre de Jardim da Penha, Vitória.

“Em comemoração ao dia de ontem (12), Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, promovemos esta ação de enfrentamento ao trabalho infantil. Estamos trazendo parcerias, como o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Militar, para mostrar que as crianças precisam estar em boas estruturas. Este é o lugar da criança e não no trabalho. Esta é a nossa discussão: a mão de obra infantil não deveria estar aqui na feira, enquanto há projetos no Cajun para nossas crianças e adolescentes”, destacou o secretário de Ação Social, Marcos Delmaestro.

Foram oferecidas oficinas de arte, capoeira, apresentação da Banda Junior da Polícia Militar do Espírito Santo, esportes, brincadeiras e muita informação aos que passavam pela feira. Além das atividades, foram realizadas abordagens para explicar o trabalho social existente na Prefeitura de Vitória e também oferecida informação ao cidadão.

O procurador do trabalho, Estanislau Tallon Bozi, gostou da ação. “Precisamos chamar atenção ao trabalho infantil. É preciso tirar a normalidade do problema. E as ações trazem visibilidade de outras opções como o projeto da banda de música da Polícia Militar. Se é para trabalhar, que seja com música, que será a conquista de uma profissão para a vida toda”, afirmou.

O adolescente Matheus Pereira Rosa, que é vendedor de pão de queijo na feira de Jardim da Penha, não gostou da ação. “Aqui na feira é a oportunidade de muitos de nós tirarmos um dinheirinho extra que nossa família não tem. Nossos pais já trabalham muito para tentar garantir o arroz e o feijão. Mas todos gostam de coisas boas. Se a juventude não pode trabalhar aqui, os marginais oferecem oportunidades. Se trabalhamos aqui, podemos comprar nossas coisas, ajudar em casa, até pagar um gás. Se não trabalhamos, a mente enfraquece e podemos entrar no mundo das drogas. Posso falar, pois já aconteceu comigo”, desabafou.

O consultor, Dermival Ivan Martins, concorda com Matheus. “Acho absurdo a forma radical de se tratar a questão do trabalho infantil. Eles não estão sendo explorados aqui na feira, muito menos aliciados. Usam o tempo livre em um sábado para ganhar dinheiro. Nos Estados Unidos, as crianças tem o dia de vender limonada para ganhar um dinheirinho. Por que aqui não podem?”, questionou.

O sargento da Banda da Polícia Militar, Wando Cabral Ribeiro, explica que esta ideia está massificada na sociedade. “Muitos tem uma ideia equivocada de que o trabalho evita a criminalidade, mas é uma ideia incorreta. É preciso investir tempo nas crianças e oferecer oportunidades. A Polícia Militar entra nesta batalha com o projeto social da Banda Junior. A prática da cultura, que é uma prevenção primária ao crime, diminui a prática de trabalho infantil e evita que muitos busquem a vida de crime”, comentou.

A abordagem social
A gerente de proteção social especial de média complexidade, Marcilea Maria Xavier Soares, explicou como funciona a abordagem social. “Como já está incorporada à mentalidade da criança de que precisa trabalhar, a abordagem não é com a criança e sim com a família. Fazemos a busca ativa pela abordagem de rua, buscando a família, que tem atendimento pelos Centro de Referências Especializados de Assistência Social (Creas), e, assim, são indicados os espaços referenciados para crianças e adolescente, como os projetos do Caminhando Juntos (Cajun) no contraturno do horário escolar da criança, além de apresentarmos possibilidades, como o programa Adolescente Aprendiz”, explicou.

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