Prefeitura gasta R$12 milhões só para recolher entulhos em Vila Velha

Restos de móveis e de material da construção civil são, muitas vezes, descartados de forma incorreta nas vias públicas de Vila Velha. Resultado: pontos viciados de lixo se espalham pela cidade e geram um gasto de R$ 12 milhões por ano. Dinheiro que daria para implantar, no mesmo período, mais de 16 mil áreas de paisagismo no lugar desses pontos, transformando em um belo jardim o que antes dava lugar a lixo e entulhos. É o que a Prefeitura de Vila Velha está fazendo, ao recuperar pontos que já foram alvo do descarte incorreto.

Nove pontos já foram transformados, sendo que grande parte do material utilizado no paisagismo é reaproveitado. Canteiros e praças, que antes serviam como depósito de lixo, se transformam em jardins. As mudas de plantas são cultivadas no viveiro do Parque da Mantegueira, na Glória. Apenas a grama e algumas espécies ornamentais são adquiridas. Há ainda os pneus, parte deles retirados de canais e vias públicas durante a limpeza, que depois de coloridos são usados como vasos de plantas e conferem um charme especial ao jardim.

Em alguns locais, ainda são implantados pisantes de madeira, material que é reaproveitado das árvores que são cortadas, pela Secretaria, por apresentarem risco de queda ou rachaduras que comprometem sua estrutura. Os cortes são realizados somente após avaliação de técnicos do meio ambiente.

A escolha dos locais para implantação do jardim conta com a ajuda de lideranças comunitárias e dos próprios moradores, que registram a existência de pontos viciados por meio da Ouvidoria Municipal, no telefone 0800 283 9059.

Com a meta de realizar o paisagismo em, pelo menos, dois pontos por mês, o secretário de Serviços Urbanos, José Eliomar Brizolinha, destaca que o mais importante é o apoio da população. “O lixo deve ser descartado uma hora antes do caminhão passar e os entulhos depositados nos Ecopostos ou nos Pontos de Entrega Voluntária. A população também pode acionar o Cata-Móveis, para descarte de móveis e eletrodomésticos usados. Não adianta a prefeitura fazer a limpeza se a própria população não colabora. Colocando o lixo no lugar certo, o dinheiro que se gasta com a limpeza poderia se transformar em investimento”, afirmou.