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Adolescentes enfrentam superlotação e sujeira em unidades de internação no Estado

TV Vitória conseguiu com exclusividade imagens que mostram a sujeira e a superlotação e a falta de condições das Unidades para menores infratores

Unidades em Cariacica estão superlotadas  Foto: TV Vitória

Deveria ser um local de reintegração social, mas virou um depósito de adolescentes infratores. Com exclusividade, a TV Vitória teve acesso a imagens que mostram os ambientes onde jovens de 12 a 17 anos, que deveriam ser reeducados, vivem em meio à sujeira e degradação.

As imagens foram captadas nas Unidades de Internação Provisória para Menores em Conflito com a Lei, em Cariacica. Juntas as duas unidades deviam abrigar 120 internos, mas hoje mantém 280, mais que o dobro. Somadas as unidades para menores em conflito com a lei, oferecem 650 vagas, mas na realidade contam 920 menores internado.

“Dos adolescentes internados, hoje 40% estão em condições de serem ressocializados”, comentou Vladson Couto Bitencourt, juiz da 3ª Vara de Infância e Juventude de Vitória.

Construídas em  2010, as Unips nunca passaram por reformas. Com a alta demanda a Unip 1 que era provisória, passou a abrigar adolescentes já sentenciados. Este ano o Governo do Estado liberou R$ 590 mil para reparos nas instalações do local. Segundo a Ana Maria Petronetto, diretora presidente do Iases, as obras devem começar até dezembro.

“Temos feito vários movimentos, como a nova construção da Unip em São Mateus, ampliação de vagas em Vitória. Casa de semi liberdade e a gestão de vagas”, afirmou a diretora presidente.

A maioria dos adolescentes internados é formada por meninos,negros ou pardos, filhos de famílias desestruturadas e com baixa ou nenhuma escolaridade. A internação é o último recurso aplicado a um adolescente em conflito com a lei. Para chegar na fase da internação o menino já se tornou um conhecido da polícia. 

São três apreensões antes, para ser feita a internação. Ele começa com o tráfico de drogas, faz o comércio, depois que ele convive com isso, ele começa a praticar o roubo e vai ao extremo que é tirar a vida de alguém, a prática do homicídio”, comentou o delegado Diego Yamashita 

Em média os menores permanecem dois anos internados e começam a vida de crimes, se envolvendo com o tráfico de drogas. Somente no ano passado a delegacia do adolescente em conflito com a lei encaminhou 2500 processos para a justiça. O juiz acredita que é possível ressocializar esses jovens, desde que se cumpra o que está no estatuto. 

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