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Em visita ao Espírito Santo, Dilma diz que Samarco terá de construir adutoras para recuperar o Rio Doce

A presidente pousou em Colatina, por volta das 16 horas desta quinta-feira, após visitar as cidades mineiras de Mariana e Governador Valadares, durante a manhã

Dilma esteve reunida com autoridades e técnicos durante visita a Colatina, nesta quinta-feira Foto: Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff esteve no Espírito Santo, nesta quinta-feira (12), e sobrevoou o leito do Rio Doce nas cidades capixabas atingidas pela onda de lama contendo rejeitos de mineração. A comitiva presidencial pousou no estádio Estádio Justiniano de Mello e Silva, em Colatina, noroeste do Estado, por volta das 16 horas, após visitar as cidades mineiras de Mariana e Governador Valadares, durante a manhã.

No município capixaba, Dilma participou de uma reunião com autoridades municipais e estaduais. Em seguida, ela anunciou algumas medidas que o Governo Federal vai adotar para ajudar os municípios atingidos. 

A presidente também criticou a mineradora Samarco, responsável pelas duas barragens que romperam, na semana passada, no município de Mariana, em Minas Gerais. Segundo ela, a empresa precisa adotar uma postura mais "proativa" para lidar com a situação e terá de arcar com todas as despesas necessárias para recuperar o Rio Doce. Entre as ações, está a construção de duas adutoras, que ajudarão na captação da água em lagoas da região.

"Nós vamos estar presentes. Nós vamos agir no sentido de que a empresa arque com os seus, com os custos e com a sua responsabilidade. Agora, nós não nos furtaremos, diante de emergência, a agir também. A gente age e cobra depois. É assim que se faz", destacou a presidente.

Plano de Recuperação

Durante a visita da presidente ao Espírito Santo, o governador Paulo Hartung aproveitou para entregar uma proposta de Plano de Recuperação da Bacia do Doce. O documento estabelece diretrizes e uma série de ações para recuperação de nascentes, cobertura florestal, além de ampliação e modernização de sistemas de esgoto ao longo do rio e seus afluentes. 

A proposta de Hartung é criar uma ação conjunta da União com os Governos Estaduais de Minas Gerais e Espírito Santo, iniciativa privada, sociedade e a Samarco. O governador explica que o Plano de Recuperação da Bacia do Doce foi baseado no projeto Olhos D’água, do Instituto Terra, liderado pelo fotógrafo Sebastião Salgado. 

"Esse projeto é um porto seguro, que mostra que é possível fazer essa recuperação do Rio Doce. É uma iniciativa que já foi desdobrada em um projeto de recuperação de todo o Rio Doce, já foi entregue ao BNDES em 2014 e hoje apresentei  novamente a presidente Dilma. Em um momento desafiador como o atual, nós podemos transformar esse importante projeto em um processo de recuperação do Doce que possa até ser útil e sirva de exemplo ao Brasil em relação à gestão de água e recursos hídricos", detalhou Hartung.

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