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Mais de mil casos de Aids são registrados no Espírito Santo em um ano

No ano passado, a taxa de mortalidade em decorrência de Aids no Espírito Santo foi de 6,7 óbitos por 100 mil habitantes, e mantém-se maior que a taxa de 5,7 observada no país

Estudo da Sesa aponta números de contágio do HIV entre os moradores do Espírito Santo Foto: Divulgação

Em 29 anos foram registrados, em todo o Espírito Santo, 10. 839 casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Somente no ano passado, 1.036 novas incidências foram registradas e a taxa de infecção por HIV atingiu 32,5 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

É o que indica o estudo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) em uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26). A pesquisa aponta que a maioria dos soropositivos – 6.901, ou 63,5% – é homem na maior parte dos casos (74%) a transmissão do vírus ocorreu por relação sexual sem proteção. 

No ano passado, taxa de mortalidade em decorrência de Aids no Espírito Santo foi de 6,7 óbitos por 100 mil habitantes, e mantém-se maior que a taxa de 5,7 observada no país.

De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Sesa, a infectologista Sandra Fagundes, o aumento foi homogêneo em todas as regiões de saúde, atingindo a taxa de 35,4 indivíduos com HIV/Aids por 100 mil habitantes na Região Metropolitana; 23,47 na Região Norte; 13,39 na Região Central e 13,31 na Região Sul. Sandra Fagundes chama atenção para o perfil dos novos infectados. A maioria, segundo ela, continua sendo homens com idade entre 15 e 29 anos.

Em dez anos, o número de casos novos entre jovens do sexo masculino nessa faixa etária mais do que dobrou. Em 2004, foram registrados 63 novos casos, o que representava 21% do total de casos da época. Já em 2014 foram registrados 310 novos casos, isto é, 42,7% do total. Analisando os casos de acordo com a categoria de exposição, verifica-se, segundo Sandra Fagundes, uma importante elevação do número de casos entre homens que fazem sexo com homens nessa década.

Diagnóstico e tratamento 

A pesquisa mostra também que número de pessoas vivendo com HIV que recebem medicamentos no Espírito Santo dobrou nos últimos seis anos. Em outubro de 2009, 2.748 pessoas eram atendidas nos Serviços de Atendimentos Especializados em DST/Aids e recebiam antirretrovirais. Mas em julho deste ano esse número chegou a 5.549, o que, na avaliação de Sandra Fagundes, “reflete a melhoria do diagnóstico e a ampliação do acesso ao uso de remédios específicos”.

Conforme esclarece Sandra Fagundes, os sintomas da infecção pelo HIV podem surgir já no primeiro ano após o contágio, dependendo da imunidade da pessoa, mas pode também demorar até dez anos para se manifestarem. “Por isso, é muito importante fazer o teste de HIV, disponível em todas as unidades de saúde municipais e nos Serviços de Referência e Assistência Especializada em Aids e Hepatites Virais”.

Ela orienta que façam o exame principalmente pessoas que tiverem comportamento de risco, como fazer sexo sem o uso do preservativo, compartilhar seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis, e reutilizar objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos que possam estar contaminados.

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