Série Ícones do Espírito Santo: Arquivo Público guarda toda informação produzida no Estado

Você sabe onde são guardados documentos históricos que resgatam a memória do Espírito Santo? É no Arquivo Público. Lá você encontra nos livros, documentos e fotos, todo o acervo do governo do Estado, além de contar sobre a origem da população capixaba. Na série Ícones do Espírito Santo, exibida nesta quarta-feira (25), no jornal Fala Manhã/ TV Vitória, os capixabas puderam conferir tudo isso. 

O Arquivo Público do Estado do Espírito Santo resgata a memória e difunde a cultura capixaba. Origem, história e pesquisa. O papel do Arquivo Público vai além de recolher, preservar e dar acesso à documentação produzida e acumulada pelo Poder Executivo estadual.

“A função do Arquivo Público é dar acesso a essa documentação, promover a divulgação e os estudos que são feitos com base nessa documentação, e se torna um arquivo histórico responsável pela pesquisa e atendimento ao público e disseminação da informação e da história do Espírito Santo”, disse o diretor-geral do Arquivo Público do Espírito Santo, Cilmar Franceschetto. 

Julio Cezar tem 42 anos e sempre morou, em Vitória, mas nunca tinha visitado o Arquivo Público Estadual. “A gente precisa saber a nossa história, a história da nossa cidade e do nosso Estado, isso é muito bacana”, diz

Além de guardar toda essa documentação, o Arquivo Público contribui no resgate de informações dos imigrantes que chegaram ao Estado. Depois da proibição do tráfico de escravos, em 1850, o Brasil passou a recorrer ao trabalho dos imigrantes. O governo capixaba, inclusive, foi um dos que propuseram aos colonos, ainda na Europa, a vinda para o Estado. Era o início da formação da população que habita o Espírito Santo.

Africanos e europeus, principalmente, se misturaram para dar origem ao povo e à cultura capixaba. Uma trajetória narrada com riqueza de detalhes em documentos, livros, manuscritos, filmes, fotos e mapas disponíveis a quem visita o arquivo público do Espírito Santo. “Tanto a imigração quanto a presença dos índios, a escravidão, a chegada dos portugueses, todos esses eventos que consideramos históricos foram registrados e documentados. Todo cidadão pode ter acesso, pesquisar, copiar e usar esse material para levantar nossa história e preservar a nossa memória para a atual geração e para as futuras gerações” informou Cilmar. 

Localizado na Rua Sete de Setembro, centro histórico da capital, o Arquivo Público foi criado em 18 de julho de 1908, por decreto do então presidente do Estado, Jerônimo de Souza Monteiro. O primeiro documento do centro de memória é de 1768. “Esse documento é de 1768 em suporte de papel, original, o documento mais antigo que temos no Arquivo Público. Esse de decreto cria oficialmente o Arquivo Público do Estado", explica o diretor.

Para divulgar todo esse conhecimento a mais pessoas, o Arquivo Itinerante viaja pelo interior do Espírito Santo. Na bagagem da equipe, informações sobre a origem das famílias que se estabeleceram no Estado. Em que ano e em qual embarcação elas vieram? Quem é o patriarca? Os dados são incluídos no registro de entrada de imigrantes, uma espécie de certidão com todas essas informações.

O serviço é gratuito e requerido, principalmente, por aqueles que pretendem tirar cidadania de outro país. “Nós criamos exatamente para isso, dar a oportunidade para as pessoas que moram distantes da capital e não tem acesso a informação, e levar o Arquivo Público para o interior e democratizar a informação e também fazer uma interatividade. Essas pessoas colaboram com fotos e cópias de documentos, no caso dos imigrantes. Além do Arquivo Itinerante, criamos outra forma de atendimento e estamos montando um escritório permanente no interior, a exemplo do que fizemos em Santa Leopoldina, no museu Colono, nós temos um escritório fornecendo e coletando informações e também no centro cultural de Venda Nova do Imigrante, e o próximo município será o de Domingos Martins”, disse Cilmar.

Projeto 

Na internet, o Arquivo Público oferece o projeto Imigrantes, disponível para download e que envolve tanto a questão histórica quanto a preservação da memória do Estado. Jornais publicados há mais de um século no Espírito Santo podem ser consultados no Projeto Imprensa Capixaba.

Um espaço destinado à pesquisa, mas também à cultura. Uma área do Arquivo Público é reservada às exposições que permitem ao visitante fazer uma viagem por Vitória antiga, e outra permanente, que retrata o ontem e o hoje de vários pontos da capital capixaba. “Diversos produtores que se propõe a expor, o espaço é aberto a todos. O Arquivo Público apoia essa iniciativa para disseminar essas informações”, segundo Cilmar. 

O Arquivo Público do Espírito Santo funciona de segunda a sexta-feira das 10 horas às 17h30. 

Reportagem: Marcelo Rosa/ TV Vitória