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Vale nega lançar minério de ferro nas praias de Vitória e diz que areias são monazíticas

Empresa divulgou um estudo nesta quinta-feira, que mostra que o minério presente nas areias da capital não é proveniente do Porto de Tubarão e tem origem natural

Segundo a Vale, minério presente nas areais das praias de Vitória é o mesmo encontrado na Praia da Areia Preta Foto: ​TV Vitória

Um dia depois da Prefeitura de Vitória divulgar um estudo, realizado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que aponta a presença de minério de ferro nas areias das praias da capital, a Vale apresentou uma outra pesquisa, que mostra que esse minério não é proveniente do Porto de Tubarão, administrado pela mineradora.

Segundo o estudo encomendado pela Vale, o minério presente nas praias de Vitória, e que causa uma coloração escura na areia, tem origem natural. A empresa diz que esse minério é o mesmo da Praia da Areia Preta, em Guarapari.

"O nosso minério é basicamente hematítico, ou seja, nós não temos a presença de magnetita. E quando a gente analisa o tamanho e a forma do grão, a gente vê que o grão do minério proveniente de nossas atividades tem a forma lamelar, ou seja, uma forma que sofreu um impacto mecânico pelas operações. Um grão de origem natural você observa ele mais arredondado", explicou o gerente de meio ambiente da Vale, Romildo Fracalossi. 

Estudo divulgado pela Prefeitura de Vitória apontou grande concentração de minério de ferro nas areias da capital Foto: ​TV Vitória

O estudo divulgado pela Prefeitura de Vitória, feito em amostras de areia coletadas na Curva da Jurema e na Ilha do Boi, mostrou que há grande concentração de minério de ferro nos dois lugares. Na Ilha do Boi, 12% da amostra de areia era minério.

O gerente disse que não poderia comentar o estudo divulgado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Vitória, porque não teve acesso aos dados. Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, ele tentou explicar o porquê de o minério de ferro sempre aparecer nas areais das praias próximas ao Porto de Tubarão, mesmo se tratando de um processo natural. 

"A formação geológica não ocorre da mesma forma em todo o litoral. Tem local que tem uma concentração maior de ilmenita, e ela solta um processo erosivo que vai para aquele local próximo, onde há a formação geológica", afirmou.

Os estudos da Vale, sobre amostras de areia em Vitória, começaram em 2012 e acontecem mensalmente. A última coleta aconteceu em 12 de fevereiro, mesmo dia em que foi coletada areia para o estudo divulgado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente. 

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