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Mais de 3 milhões de brasileiros sofrem com doenças ocupacionais

Distúrbios ocupacionais relacionados ao trabalho algumas vezes não chegam a ser lesões propriamente ditas, mas apenas uma sobrecarga biomecânica representada por uma fadiga muscular

A Termografia utiliza sensores infravermelhos para registrar a atividade metabólica corporal Foto: Divulgação

As doenças ocupacionais são cada vez mais comuns e estão no topo da lista de patologias que afastam os profissionais dos postos de trabalho. São mais de três milhões de brasileiros com algum tipo de patologia como Lesão por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbio Osteomuscular Relacionados ao trabalho (DORT), de acordo com o IBGE.

A fisioterapeuta e perita do trabalho Bárbara Kröhling afirma que os distúrbios ocupacionais relacionados ao trabalho algumas vezes não chegam a ser lesões propriamente ditas, mas apenas uma sobrecarga biomecânica representada por uma fadiga muscular, ocasionada pela repetitividade do movimento ou pela manutenção da postura adotada, por exemplo.

"Podemos dizer que a doença é multifatorial. Temos fatores sociais e psicológicos que podem influenciar o aparecimento de LER e DORT. Um chefe que sempre exige e pressiona o funcionário a realizar tarefas com rapidez e dentro de um curto prazo pode ser o fator inicial para depressão ou estresse, por exemplo. Se as tarefas exigem manutenção de determinada postura por tempo prolongado e atividades repetitivas, somadas ao curto prazo de tempo para realizá-las e à pressão imposta, pode-se aumentar a sobrecarga corporal e, consequentemente, a probabilidade de um funcionário desenvolver doenças ou distúrbios osteomusculares e dores no corpo", explicou.

A fisioterapeuta comentou ainda que a Termografia Digital pode ser um diferencial importante nos processos que envolvem a Justiça do Trabalho, podendo ser utilizado também para evitar simulações. “É preciso verificar o nexo de causalidade entre o problema de saúde e o trabalho que é desenvolvido pelo profissional. A Termografia utiliza sensores infravermelhos para registrar a atividade metabólica corporal e localiza exatamente os pontos dolorosos ou regiões inflamadas que trazem incapacidades físico-funcionais. Esse exame complementar é mais um recurso que pode ser utilizado para identificar o local e a causa correta, além de mensurar termicamente a gravidade da doença ocupacional e seus distúrbios secundários”, finalizou.

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