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Saúde do bolso e do corpo: capixabas trocam planos por consultas a partir de R$ 60 em clínicas populares

Em tempos de forte crise econômica e a alta demanda dos serviços públicos de saúde, as clínicas populares estão absorvendo pacientes que buscam valores mais acessíveis

Nas clínicas populares, os preços das consultas variam entre R$ 60 e R$ 120, dependendo da especialidade Foto: Divulgação

De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entre maio de 2015 e maio deste ano, o número de beneficiários de planos de saúde caiu 2,8%. Neste período, mais de 1,4 milhão de pessoas deixaram a saúde suplementar. Com isso, as clínicas populares estão atraindo pacientes e médicos.

Em tempos de forte crise econômica e a alta demanda dos serviços públicos de saúde, as clínicas populares estão absorvendo pacientes que buscam valores mais acessíveis, ou que sofrem pela falta de atendimento. Nas clínicas populares, os preços das consultas variam entre R$ 60 e R$ 120, dependendo da especialidade.

Para o Conselho Regional de Medicina (CRM-ES), tais clínicas absorvem ainda parte dos clientes dos consultórios particulares, cujas consultas podem variar entre R$ 250 e R$ 300.

“É uma tendência em tempos de crise porque o paciente paga um valor mais acessível pelas consultas. O conselho entende que toda clínica sendo popular, ou não, tem que estar inscrita no CRM. A clínica popular funciona com profissionais de qualquer especialidade”, afirma o presidente do CRM-ES Carlos Magno Pretti Dalapicola.

A partir do registro, o CRM passa a fiscalizar estes estabelecimentos. Ele orienta ainda que, se os pacientes tiverem dúvidas a respeito de algum médico, se ele é especialista ou não, basta fazer uma consulta no site do conselho.

“Com o nome do médico é possível saber se ele realmente é especialista em determinada área. Se o valor da consulta for muito baixo, o paciente deve desconfiar se o profissional é mesmo especialista”.

Além do preço das consultas, outra vantagem das clínicas populares é que o consumidor não possui vínculo contratual com o estabelecimento de saúde. Para Gilvan Badke, que é diretor executivo da Policlínica da Gente, no município da Serra, na Grande Vitória, além do preço e a não obrigação de pagamento de mensalidade, o atual cenário da saúde pública no país contribui para o acrescimento estabelecimentos no mercado.

“Realizamos aproximadamente 500 consultas por mês em mais de 20 especialidades, além dos procedimentos e exames. As famílias não têm dinheiro para pagar as altas mensalidades dos planos, e não querem depender do Sistema Único de Saúde (SUS) que é precário, não atende e não possui médicos especialistas”, ressalta.

Badke destaca que, além de pacientes, as clínicas populares estão atraindo também os profissionais de saúde. “Muitos médicos que atendem por planos de saúde estão insatisfeitos com o repasse das empresas. Nós conseguimos fazer um repasse maior para os médicos que estão migrando para as clínicas populares”, revela.

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