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Atropelamento de cadela em Vitória causa revolta nas redes sociais

Testemunhas disseram que a mulher que dirigia o carro estava em baixa velocidade e passou por cima do animal de propósito. Além disso, ela teria ido embora rindo

Sophie foi levada a uma clínica veterinária, onde está recebendo os primeiros cuidados Foto: TV Vitória

O atropelamento de uma cadela, ocorrido na tarde do último domingo (21), em Vitória, está provocando revolta nas redes sociais. O animal estava deitado no meio da rua, no bairro Maria Ortiz, quando um carro conduzido por uma mulher não identificada teria passado por cima da cadela, por volta das 17h30.

Segundo testemunhas, o veículo estava em baixa velocidade e poderia ter evitado o atropelamento. As testemunhas disseram ainda que a mulher ficou rindo depois que passou por cima do animal e fugiu sem prestar socorro. Câmeras de videomonitoramento de residências da região registraram a ação. 

"Ela viu o cachorro. Não sei se ela tentou desviar, mas ela passou por cima. Na realidade, ela arrastou ele por uns 7 metros. A roda dianteira do carro dela passou por cima do animal. Deu para ver nas imagens, inclusive, que o carro saltou e, logo em seguida, a roda traseira do carro também passou por cima do animal. Ela sentiu com certeza, porque a gente que dirige sabe quando tem alguma coisa embaixo. Ela olhou pelo retrovisor e viu, e as pessoas falam que ela riu na hora do acontecido", contou o técnico em mecânica Jefferson Vacari, morador da região.

Pelas redes sociais, José Netto, que é protetor de animais, soube do atropelamento e, a bordo de uma "cãobulância", seguiu para o local do acidente. Bastante machucada, a cadela recebeu os cuidados iniciais e foi encaminhada para uma clínica veterinária, em Vitória.

"Ela gritava muito de dor. Ela estava dentro de um reboque, com faixas, folhas, essas coisas. E poderia até ter o risco, dependendo da folha, de ocorrer alguma intoxicação no animal. Então nós retiramos tudo aquilo e trouxemos para a clínica", contou Netto.

Câmera de segurança de uma residência registrou o momento exato em que o animal foi atropelado Foto: Reprodução

A cadela, carinhosamente chamada pelos veterinários de Sophie, teve ferimentos nas duas patas dianteiras e quebrou a pata traseira. A veterinária Juliana Kuster, que está cuidando da cadela, acredita que também houve fratura na bacia do animal. 

Para aliviar as dores, Sophie recebe medicamentos na veia e cuidados 24 horas por dia. A cadela foi submetida a uma série de exames e, ainda nesta semana, deve passar por uma cirurgia. A veterinária acredita que, na próxima semana, Sophie deve receber alta.

"Ela estava com bastante dor, mas estava bem, sem sinais de hemorragia. Então foi feito o primeiro socorro, com analgésico, anti-inflamatório. E agora a gente está aguardando para poder realizar as radiografias e ver qual vai ser o próximo passo, como vai ser a cirurgia", contou a veterinária.

O soldador Gledson Nascimento diz que, apesar do tamanho, Sophie ainda é um filhote. Ele conta que cuida da cadela desde que ela nasceu e afirma que o animal sempre gostou de liberdade.

Gledson diz ainda que acredita que o atropelamento poderia ter sido evitado e torce pela melhora do animal. "Não foi um acidente. Ela passou por cima porque ela quis mesmo. Você vê na câmera que o cachorro estava no meio da rua e, se ela fosse gente, ela buzinava, esperava o cachorro sair. Mas não, ela passou tranquilamente e foi embora rindo ainda", protestou.

Assim que for liberada, Sophie vai para um novo lar. Apaixonado por bichos, Netto abriga mais de 100 animais abandonados na própria casa, na Serra. Experiente no assunto, ele quer oferecer todo o cuidado e o carinho que a cadela precisa para ficar novinha em folha. "Ela vai ser cuidada lá e vai receber muito amor e carinho, numa área onde ela não vai mais correr o risco de ser atropelada novamente", ressaltou.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que, para iniciar as investigações, é preciso que o caso seja registrado em alguma delegacia. Também disse que, se o atropelamento for intencional, o suspeito vai responder pelo crime de maus tratos. A pena varia de três meses a um ano.

A Polícia Civil destacou ainda que denúncias podem ser feitas nas delegacias ou por meio do disque-denúncia, no telefone 181. Não é preciso se identificar.

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