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Diretor do DER-ES explica atrasos e gastos extras com obras na Leitão da Silva

O governo do Estado autorizou, na tarde desta terça-feira, a publicação do edital da segunda etapa das obras de Avenida Leitão da Silva. O valor previsto é de R$ 63 milhões

Enio Bergoli, diretor do DER-ES, apresenta nova fase das obras durante reunião no Palácio Anchieta Foto: Divulgação/Governo

O governo do Estado do Espírito Santo autorizou, na tarde desta terça-feira (29), a publicação do edital da segunda etapa das obras de Avenida Leitão da Silva. O valor previsto é de R$ 63 milhões e o novo prazo de término é o primeiro semestre de 2018.

Confira a entrevista com o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES), Enio Bergoli, para entender melhor como será essa segunda fase:

Folha Vitória: Porque as obras atrasaram tanto? A primeira previsão de término era 2015

Enio Bergoli: Em toda intervenção em áreas urbanizadas sempre há muitas interferências. Você tem ali redes de energia, telefone, internet, água, esgoto, enfim, são muitas interferências que vão acontecendo. À medida em que se realizava a obra em 2014 foi observado que haveria necessidade de alterações para que ela realmente ficasse adequada à modernidade. Ou seja, foi identificado que, depois do contrato assinado e da obra em andamento, haveria a necessidade inclusive de se melhorar a drenagem. Houve a necessidade de conciliar a drenagem prevista na primeira etapa com o plano de drenagem municipal da Prefeitura de Vitória. 

FV: O plano inicial não previa essa integração?

EB: Havia imperfeições. Por isso na primeira fase investimos muito em drenagem e de haver uma segunda fase para complementar essas ações. Não havia previsão orçamentária, contratual, em relação a essas interferências, então foi tudo mais difícil de fazer.

FV: No novo contrato estão previstas todas as dificuldades possíveis para o andamento das obras?

EB: Nesse contrato que estamos colocando em licitação já estão previstos no escopo todos os recursos necessários para essas interferências. Fizemos um planejamento minucioso para que a gente consiga realmente finalizar a Leitão da Silva dentro desse contexto humanizado. Vai ter ciclovia em toda a extensão, de 2.850 metros, que vai da Beira-Mar à Rua Dona Maria Preta, calçada-cidadã em toda a extensão, drenagem reforçada e em conexão com o sistema municipal, melhorias em vias do entorno para melhorar o trânsito, enfim, uma nova Leitão da Silva. 

FV: O valor apresentado pelo governo nesta licitação é de R$ 63 milhões. Acredita que será mesmo esse montante?

EB: Certamente o preço da segunda fase também será menor do que os 63 milhões devido à competição das empresas.Não tem como falar quanto porque as empresas, como eu disse, vão competir. Podemos ter desconto de 2%, 3% ou até 20% e pouco, podendo ficar abaixo até de R$ 50 milhões. Normalmente o desconto varia de 8% a mais de 20%, tomando como base os últimos processos. Depende da obra, da logística de cada empresa. Mas tem variado nesse patamar. 

FV: Acredita em atraso para as obras?

EB: Nós esperamos finalizar o processo licitatório até fevereiro, mas depois de vencer isso pode ter interferência. Tem recurso, prazo. De modo que a partir de março, se a gente vencer, poder dar ordem de início. Dando ordem de início, são 12 meses de obra. Não estou falando que vai ser março de 2018 porque não posso garantir, só posso dar prazo depois que dar ordem de serviço. 

FV: Com as obras de drenagem, os alagamentos serão reduzidos ou eliminados?

EB: Em tese estamos solucionando os pontos. Se fosse executar o projeto conforme a primeira fase poderíamos ter uma avenida linda, mas na primeira chuva ia continuar alagando. Por isso houve alteração da drenagem, para termos ela [a avenida] toda humanizada considerando veículos, pedestres, ciclistas e moradores com segurança e sem alagamento. 

FV: E a relação com o comércio, como tem se dado?

EB: O diálogo tem sido frequente, constante, nunca faltou. Nessa segunda etapa vamos continuar com o diálogo durante o andamento da obra. Estamos trabalhando com transparência. Realmente tem transtornos, mas estamos próximos de equacioná-los. A obra demora um pouco mais porque se evita a interrupção do trânsito. Era como se tivéssemos fazendo reforma em um apartamento com você morando dentro dele. Os empresários não podem sair dali nem as pessoas do entorno. Então diminuímos o fluxo de veículos, mas pelo menos continuam passando.

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