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Menino de um ano sofre queimaduras de água-viva em Praia Grande

Centro de Atendimento Toxicológico do Espírito Santo orienta não lavar o local com água doce e caso haja reações graves, a pessoa deve buscar atendimento médico

A criança foi levada ao Pronto-Atendimento de Serra Sede onde foi medicada Foto: Arquivo Pessoal

O pequeno Pedro Ferreira, de um ano e nove meses, foi queimado por uma água-viva no balneário de Praia Grande, em Fundão. O acidente aconteceu na tarde deste domingo (15). Pedro foi levado para o Pronto-Atendimento de Serra Sede.

De acordo com a mãe da criança, Gleyciane Ferreira Herpet, de 34 anos, ela e a família estavam em Jacaraípe e resolveram ir para Praia Grande, por volta das 13 horas deste domingo (15). Quando chegaram no local, prepararam a criança para que ela pudesse brincar no mar.

“Coloquei a roupinha protetora nele para não se queimar ao sol e um sapatinho de borracha próprio para usar na praia. Ele entrou no mar com a tia e eu fiquei na areia preparando um cantinho para ele brincar. De repente, ouvi o grito dele e eu e o meu marido corremos para socorrê-lo”, disse.

Segundo Gleyciane, quem chegou perto da criança primeiro foi o pai. Pedro foi rapidamente tirado da água.“Eu pensei que ele tinha machucado o pé, meu marido viu a água-viva e arrancou com a mão. O tornozelo dele ficou bem queimado e inchado. Tinham muitas crianças na praia e um monte de pais vieram ver. Um deles orientou jogar vinagre, então um comerciante trouxe e jogamos no tornozelo do meu filho”.

Os pais da criança ligaram para o Samu 192 e explicaram o ocorrido. Por telefone, eles também foram orientados a administrar vinagre no local atingido e banhar a criança no mar. “Antes mesmo da orientação do Samu já tínhamos lavado o local com vinagre. Depois levamos o Pedro para o Pronto-Atendimento em Serra Sede. Lá ele foi atendido e receitaram antialérgico e pasta d’água. Não sabia que tinha água-viva ali. É um risco porque muitas crianças vão para lá”.

De acordo com o coordenador do Centro de Atendimento Toxicológico do Espírito Santo (Toxcen), Nixon Sesse, ao entrar em contato com a pele humana, a água-viva libera um veneno por meio de seus tentáculos. Os tentáculos da água-viva, mesmo quando ela está morta, podem aderir à pele e provocar lesões.

Ele explica que o veneno pode causar, na maioria das vezes, reações leves, como urticária e queimaduras locais dolorosas, que podem durar de 30 minutos a uma hora. Reações graves podem surgir ocasionalmente, com sintomas como dor de cabeça, mal-estar, náusea, vômitos, dificuldade respiratória e arritmia cardíaca. Nestes casos, é imprescindível buscar atendimento médico em um serviço de saúde.

“Ao sofrer a queimadura, o banhista deve manter a calma e tentar sair da água o mais rápido possível para não correr o risco de afogamento. Isso pode acontecer em caso de reações graves por causa da toxina. Além disso, a vítima não deve tentar remover os tentáculos na pele com as próprias mãos e nem coçar ou esfregar o local”, afirma.

O Toxcen orienta que no momento da queimadura o local deve ser lavado abundantemente apenas com a água do mar. Uma medida que deve ser evitada é passar pomadas ou qualquer outra substância na região atingida, o que pode aumentar a lesão.

Para tratar a queimadura por água-viva, a pessoa pode lavar a região afetada com vinagre, sem esfregar, por cerca de 5 a 10 minutos, e alternar com água do mar por duas ou três vezes. Caso a dor continue, podem-se utilizar compressas geladas no local.Se a dor não melhorar, ou surgirem reações alérgicas, o banhista deve procurar um atendimento médico. Nunca utilizar água doce, como água mineral, torneiras ou chuveiros.

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