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Pacientes reclamam das condições precárias de hospitais estaduais em Vila Velha

Para o Conselho Regional de Medicina no Espírito Santo, os municípios devem investir na rede básica de saúde para evitar que os pacientes cheguem até os hospitais

Pacientes são atendidos em cadeiras plásticas e há baratas nos corredores Foto: TV Vitória

Pacientes e familiares de pacientes reclamam das condições precárias de hospitais públicos estaduais em Vila Velha. Eles denunciam casos de pacientes atendidos em cadeiras de plástico, camas improvisadas, corredores lotados e até barata pelos corredores dos hospitais. A situação é constatada no Hospital Antônio Bezerra de Faria e pelo Hospital Infantil de Vila Velha.  

Uma das pacientes que denunciou a situação caótica foi a dona de casa Telma Justina Pereira, que ficou internada quase uma semana no Bezerra de Faria recebendo medicações para fortes dores abdominais. Ela afirma que foi atendia no corredor da instituição.  

"Cheguei lá e não tinha lugar para mim. Fiquei de um dia para noite dormindo em uma cadeira e a minha filha, que me acompanhou, ficou dormindo em uma cadeira de praia porque eu não podia ficar sozinha. Eu não conseguia me levantar por causa da dor. No segundo dia internada, eu continuei na cadeira até a tarde quando desocupou uma maca e eu fui levada para lá".  

Nesta terça-feira (16), a dona de casa ficou indignada com as condições do hospital e foi embora para casa. Segundo ela até o banheiro, que é utilizado por homens e mulheres, acompanhantes e pacientes, está sem condições de uso. Telma pretende buscar tratamento em outros locais.

"Nós pagamos os nossos impostos e eu acho que deveríamos ter a saúde um pouco melhor, ou se eles não têm condições de receber tantas pessoas , que transfiram para outro hospital", desabafou.  

Hospital Infantil

No Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernadino Alves, a situação não é diferente, os acompanhantes de crianças internadas denunciam buracos no teto e nas paredes, além de tomadas quebradas. Os pacientes são acomodados em poltronas enfileiradas no corredor. Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo, Carlos Magno, a situação deveria deixar de existir com urgência.  

"A única solução que a gente vê a curto prazo é que os municípios melhorem a rede básica para esses pacientes evitarem de chegar até o PA para, por exemplo, investigar uma febre e outras situações que na rede básica resolveria". 

Segundo Carlos Magno, quanto mais tempo passa sem ações efetivas e investimentos fortes no setor, um outro problema vem se destacando: a falta de motivação. Diante do caos e sem segurança, o número de profissionais pode acabar diminuindo cada vez mais no sistema público de saúde.

"Tem sido divulgado quase toda semana agressão de profissionais e os postos de saúde e UPA sendo depredados pela população. O médico e outro profissional de saúde ficam com de trabalhar no local porque isso atinge a própria segurança física deles". 

Sobre a situação do Hospital Antônio Bezerra de Farias, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), informou que o processo de contratação de manutenção predial está em andamento e que, com isso, vai ser possível fazer os reparos para melhorar a estrutura física da unidade.  

A direção do Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha informou que reconhece o desafio diário de otimizar o atendimento. Por nota destacou que a demanda vem crescendo com os usuários que migraram de planos de saúde para o Sistema Único de Saúde (Sus). A direção ressaltou que todos os pacientes estão sendo atendidos.  

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