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Exposição leva fotos de pescadores capixabas à Europa

A exposição LABOR retrata o trabalho de pescadores na divisa entre as cidades de Marataízes e Itapemirim, onde o Rio Itapemirim encontra o oceano atlântico

Após apresentar exposições bem sucedidas no Brasil e Chile, o capixaba foi premiado como Artista Residente de 2017 Fotos: Julio Cesar Pires

O fotógrafo capixaba Julio Cesar Pires, de 26 anos, nascido em Cachoeiro de Itapemirim, apresenta na Espanha, de 3 a 31 de julho, a exposição LABOR, que retrata o trabalho de pescadores na divisa entre as cidades de Marataízes e Itapemirim, onde o Rio Itapemirim encontra o oceano atlântico. Após apresentar exposições bem sucedidas no Brasil e Chile, o capixaba foi premiado como Artista Residente de 2017.

"A força que os pescadores tem para enfrentar todos os tipos de adversidades (no trabalho e na vida) sempre foi algo muito inspirador desde criança; a forma com que eles dominam e conhecem algo tão gigante e imponente como o mar é, por si só, uma grande metáfora; também tem a questão da beleza da região, aquele lugar de encontro do Rio Itapemirim com o mar sempre foi motivo de reflexão e encantamento porque me faz refletir sobre o curso natural de tudo, sobre a relação que temos com os encontros (e desencontros) da vida, e sobre a nossa forma de buscar o nosso próprio lugar no mundo", fala o capixaba.

Mesmo sendo um trabalho de fotografia documental, as imagens desta exposição ganham uma textura que remete muito ao surrealismo, o que se deve a técnicas apuradas e especificas de enquadramento, onde alguns elementos tomam proporções gigantescas ou minúsculas e o céu - elemento muito presente - serve como o plano de fundo ideal para a abstração das cenas, sempre com nuvens muito marcadas e polarizadas.

"Todas as imagens da exposição já existiam previamente no meu imaginário, elas apareciam pra mim através de sonhos ou em flashes durante situações aleatórias do dia-a-dia; obviamente não com as mesmas pessoas que registrei e que ajudaram a compor as fotos, mas o céu, a luz, a condição da maré e todos os outros detalhes eu já havia visto anteriormente, eu já sabia como e onde eu iria conseguir fazer aquela fotografia e os prováveis horários que a luz estaria como apareceu pra mim", diz. 

Veja mais fotos abaixo:

Foto: Julio Cesar Pires
Foto: Julio Cesar Pires
Foto: Julio Cesar Pires

"Precisei visitar e revisitar esses lugares por cinco anos até conseguir reunir o corpo de trabalho da forma que eu havia imaginado. Eu percorri exatamente os mesmos lugares entre as cidades de Marataízes e Itapemirim - da região de Lagoa Dantas até o Pontal – esperando e quase caçando a fotografia que um dia apareceu pra mim em sonho", completa Julio sobre o processo criativo.

Em cartaz de 03 a 31 de julho, a exposição é uma realização da Universidade de Salamanca, um importante pólo de produção cultural e acadêmica no mundo que selecionou Julio Cesar Pires entre mais de cinqüenta fotógrafos de todo o Brasil. A Universidade de Salamanca é uma instituição espanhola de ensino superior pública, a mais antiga da Espanha e a quarta fundada na Europa, posterior somente às universidades de Bolonha, Oxford e Paris. Com mais de 35 000 alunos, a instituição é, hoje, uma das mais prestigiadas da Europa, atraindo estudantes de toda a Espanha e de todo mundo. 

Julio Cesar pretende, em breve, trazer LABOR para mostras no Brasil. Com sete anos de carreira, o jovem fotógrafo é uma forte promessa da fotografia artística e os indicadores da são expressivos: ganhou seu primeiro prêmio como fotógrafo aos 19 anos, realizou três exposições próprias, sendo uma no Brasil e duas no exterior, participou de cinco exposições coletivas em todo o país - incluindo o prestigiado Salão Nacional Pérsio Galembeck em São Paulo - atraiu um público de mais de 3.500 pessoas na sua exposição RUA em Santiago (Chile), evento promovido pelo Governo do Espírito Santo e pela Embaixada do Brasil e em novembro deste ano assina sua primeira curadoria em uma exposição coletiva de fotografia artística.

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