OPERAÇÃO SARCINA

Donos de ferros-velhos presos no ES encomendavam peças de carros roubados

Segundo investigação da polícia, os estabelecimentos funcionavam na legalidade, mas comercializavam peças ilegais junto às lícitas

Guilherme Lage

Redação Folha Vitória
Foto: reprodução/sesp

Quatro donos de ferros-velhos nos municípios de Vila Velha e Cariacica foram presos do dia 10 de abril até esta terça-feira (16), em uma operação da Polícia Civil contra a receptação de peças de veículos roubadas e furtadas no Espírito Santo. 

A operação, batizada de "Sarcina", teve início em meados de março de 2023 e foi concluída nesta terça-feira. Ao todo, foram expedidos oito mandados de busca e apreensão nos estabelecimentos investigados. 

De acordo com a investigação, os estabelecimentos tinham registro de autorização de funcionamento, ou seja, funcionavam na legalidade, mas comercializavam peças ilegais junto às lícitas. 

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O esquema funcionava da seguinte forma: carros roubados ou furtados eram cortados e as peças destes veículos encomendadas pelos donos dos ferros-velhos, que as comercializavam como se fossem legais. 

Dentre as peças apreendidas, foram encontrados diversos airbags, cuja revenda é proibida. Uma vez retirado de um carro, o equipamento deve ser reenviado ao fabricante, que analisará se o produto pode ou não ser reutilizado. 

"Eles fazem um pacote destes veículos que são cortados e posteriormente colocam para circular no mercado aqui no Espírito Santo. Normalmente agimos coibindo ferros-velhos clandestinos, mas com a Operação Sarcina, deflagrada em 2023, atuamos contra ferros-velhos que tinham registro de funcionamento contra furto e roubo", informou o titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), delegado Luiz Gustavo Ximenes.

Confira fotos da operação:

reprodução/sesp
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Prisões em flagrante convertidas em prisão preventiva

Os quatro suspeitos foram presos durante uma ação controlada da Polícia Civil. Este tipo de operação é realizada quando o delegado pede autorização a um juiz para realizar a prisão em flagrante quando for o momento mais adequado. 

Três das prisões foram realizadas no dia 10, quando os carros ainda eram cortados para as peças serem retiradas. Nesta terça-feira, uma quarta prisão foi realizada, sob a mesma dinâmica. 

Com isso, as prisões em flagrante foram convertidas em prisões preventivas pelo Ministério Público. 

Em um dos locais também foi encontrado um dispositivo conhecido como "jammer". Ele é utilizado para bloquear sinais de GPS ou de aparelhos telefônicos, para que os veículos roubados não sejam localizados. 

"Vamos pedir ao poder público para que os estabelecimentos tenham s registros de autorização para funcionamento cassados. Os acusados vão responder por receptação de produto roubado", informou Ximenes. 

De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, Darcy Arruda, o Espírito Santo tem conseguido coibir crimes de receptação, algo que vai na contramão do resto do Brasil. 

"O Estado Espírito Santo, no ano passado, ele reduziu 14% o índice de furto e roubo de veículos. ao passo que o Brasil aumentou 20%. Então nós estamos aqui na contrabão da história. Nós estamos reduzindo o número de furtos e roubos de veículos ao passo que o Brasil vem aumentando cada dia mais", disse. 

Os ferros-velhos onde as peças foram encontradas foram interditados após a operação. As investigações seguem com o intuito de identificar e prender os responsáveis por cometer os roubos e furtos. 

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