Defesa de advogado diz que empresário morto na Mata da Praia "é agressor, e não vítima"
O advogado Leonardo Gagno disse que Luis estava passeando com o cachorro quando a discussão teve início e que o cliente agiu em legítima defesa
A defesa do advogado Luis Hormindo França Costa, de 33 anos, preso em flagrante pela morte do empresário Manoel de Oliveira Pepino, de 73 anos, na Mata da Praia, em Vitória, afirma que ele agiu em legítima defesa.
Em entrevista à TV Vitória/Record, o advogado Leonardo Gagno disse que Luis estava passeando com o cachorro quando a discussão teve início. Afirmou ainda que advogado atirou contra o idoso, que também estava armado, para se proteger.
"Ele se defendeu. Ele estava passeando com o cachorro quando começou um conflito verbal e a esposa de seu Manoel começou a atacá-lo com palavras. Seu Manoel correu dentro de casa para pegar um revólver e já voltou atirando nele", disse o advogado.
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A troca de tiros teve início após Luis reclamar que o cachorro de Manoel, da raça Malamute-do-alasca, estava sem coleira e focinheira na rua. O advogado de defesa disse que Luis precisou correr para se proteger dos tiros disparados pelo empresário.
"Durante a corrida, ele atirou também, mas não acertou seu Manoel, que não se deu por satisfeito e atirou de novo contra ele. Aí sim ele disparou mais uma vez e acertou Seu Manoel. Ele (Manoel) não é vítima, ele é agressor. O meu cliente agiu em legítima defesa", afirmou Leonardo.
"Descarregou dois pentes de arma", diz mulher de empresário
Manoel foi morto com um tiro na cabeça e a mulher dele, Marília Pepino, relembrou que tentou impedir a tragédia e destacou que o advogado "descarregou dois pentes de arma" durante a confusão.
Marília relembrou os últimos momentos com o marido, e disse que eles estavam conversando sentados no banco de uma pracinha da Mata da Praia, enquanto o cão da família, chamado Lobo, brincava por perto. Ele estava sem coleira e sem focinheira.
"A discussão começou aqui na praça. A gente estava sentado, ele (Luis) começou com as ofensas. Meu marido não tinha falado nada, nada com ele. Nada! Ele é que começou a falar: 'Já falei, seu velho, para você colocar coleira nesse cachorro'", disse Marília.
A mulher do empresário contou ainda que Manoel tentou argumentar que Lobo era manso e que não iria atacar ninguém.
"Meu marido falou: 'meu cachorro é dócil, já falei para você outras vezes. Ele nunca atacou ninguém, nunca feriu ninguém, seu cachorro é que bravo, ele não'. Só que aí a discussão se estendeu, as ofensas também, e meu marido foi pegar a arma. Ainda tentei contê-lo para ele não ir, mas não teve jeito", disse.
Manoel saiu da praça e foi em casa pegar a arma. Enquanto isso, Marília ficou no local e tentou novamente contornar a situação, pedindo que o advogado fosse embora. Ela relatou que os dois saíram atirando e foram para uma outra rua, onde Manoel acabou morto. No tiroteio, a casa e o cachorro foram atingidos.
"Ele (Luis) estava com uma arma com dois pentes. Ele descarregou os dois pentes, inclusive pegou aqui na minha casa, na vidraça, e pegou no cachorro. Meu cachorro está internado. E meu marido foi morto ali, com um tiro na cabeça. Foram muitos tiros", relembrou.
Justiça converteu prisão de advogado em preventiva
A justiça converteu a prisão em flagrante de Luis Hormindo França Costa em prisão preventiva. Na decisão, expedida neste domingo (21), o juiz Alcemir dos Santos Pimentel destacou que o caso é um crime doloso, com intenção de matar, cometido contra idoso.
Disse ainda que é possível concluir que existem provas suficientes da existência de crime e de que advogado preso realmente praticou o assassinato na noite de sábado (20).
O magistrado também justificou que a prisão preventiva é necessária em razão da "extrema gravidade do crime", que aconteceu em "via pública com intenso trânsito de pedestres"
Defesa vai pedir revogação da prisão
A defesa afirmou que vai pedir a revogação da prisão preventiva nesta segunda-feira (22) para que Luis Hormindo possa responder ao crime em liberdade. Ele está preso Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana.
Em uma publicação, o presidente da OAB-ES pediu mais diálogo, tolerância e respeito para que casos como esse não se repitam. Disse ainda que vai manifestar após as conclusões das autoridades.
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