Polícia

Por ano, família presa por fabricar armas faturava meio milhão de reais

Investigação policial aponta que acusados fabricaram aproximadamente 200 armas de fogo, que eram vendidas por R$ 2,5 mil cada

Redação Folha Vitória

Foto: Divulgação/Sesp

A família que foi presa sob acusação de fabricar, vender e distribuir armas ao crime organizado na Grande Vitória faturava cerca de R$ 500 mil por ano, segundo informações da Polícia Civil. 

A estimativa é que a família tenha produzido e comercializado aproximadamente 200 armas de fogo, com o valor de R$ 2,5 mil cada. Dentre os tipos de armamento estão: pistolas, rifles, carabina e garruchas, além de munições. 

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De acordo com as investigações, a produção de armas acontecia em uma casa na zona rural de Cariacica - o nome do local não foi passado pela polícia. Os suspeitos realizavam entregas no Bairro da Penha, em Vitória, em Guarapari e Cariacica.

Foto: Divulgação/Sesp
Casa onde eram fabricados o armamento ilegal da família 

Na fábrica de armas, foram apreendidos:

1 pistola calibre .380
1 rifle calibre .28
1 rifle calibre. 22
1 carabina calibre .22
1 garrucha
3 carregadores de pistola
41 munições calibre .380
31 munições calibre .38
13 munições calibre .12
22 munições calibre .28
26 munições calibre .36
10 munições calibre .32
4 munições calibre .45
3 munições calibre .40
86 munições calibre .22
1 munição calibre .765.
Foto: Divulgação / Polícia Federal/Arte/Folha Vitória
Família presa acusada de fabricação de armas

Ainda de acordo com a polícia, os acusados aprendiam a fazer as armas por meio de tutoriais na internet, pelo YouTube. A venda era sob encomenda e as armas tinham as características que os solicitantes pediam.

"A demanda era tão grande que nem eles estavam conseguindo dar conta. Eles fabricavam da forma que a pessoa pedisse: o calibre, o modo de disparo... Era tudo por encomenda, tinha gente que encomendava de 10 em 10, inclusive", explicou o delegado Daniel Belchior.

Operação começou em dezembro do ano passado

Entre os integrantes da família presos estão: pai, filhos, esposas e cunhado. Eles foram alvos da Operação Legado Armeria, realizada pela Polícia Civil. 

Wilrison Manske, apontado como líder da facção, já havia sido preso em dezembro do ano passado, na primeira fase da operação.

Na última terça-feira (23), mais cinco pessoas da família foram detidas: Edilson Manske, Tiago Manske, Ariane Vingler, Bruno Vingler, mais conhecido como Jhon Caseiras, e Hellen Luise.

Eles são acusados de porte ilegal de arma de fogo, associação criminosa e receptação. No esquema familiar, cada integrante era responsável por uma função: fabricar o armamento, logística de distribuição e sistema de pagamento com os interessados.

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Crianças eram utilizadas para despistar a polícia

O delivery das armas era feito de carro e, na maioria das vezes, por toda a família, utilizando até crianças.

O delegado Daniel Belchior, titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), disse que durante a entrega do armamento aos clientes, a família utilizava crianças para não chamar a atenção das autoridades policiais. Em alguns momentos, eles escondiam as armas dentro das bolsas das crianças.

"A grande dificuldade da investigação de fabricação de arma de fogo caseira envolve não só a rastreabilidade das armas, mas o perfil das pessoas. Elas não têm o perfil ou passagem que indicam que estão fabricando esse tipo de arma semi-industrial. Eles trabalhavam em outros empregos formais, inclusive, tem uma professora no meio", disse Daniel.

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