Polícia

Internos fazem monitora refém e agentes são alvo de pedradas durante rebelião na Unis, em Cariacica

De acordo com as primeiras informações, os internos da Unis colocaram fogo em colchões e em outros materiais, dentro de um dos blocos da unidade

Agentes do BME se posicionaram na frente da unidade Foto: TV Vitória

Uma monitora foi feita refém por um grupo de internos durante uma rebelião no final da manhã desta quinta-feira (19), na Unidade de Internação Sócio-Educativa (Unis), em Cariacica.

A rebelião começou por volta das 11 horas, quando internos da Unis colocaram fogo em colchões e quebraram telhas e outros materiais da unidade. As primeiras informações divulgadas deram conta de que uma monitora teria sido feita refém, mas a informação foi negada pela Unis.

Três agentes socioeducativos foram alvo de pedradas e tiveram ferimentos leves. Um deles relata o tumulto. “Eles jogaram pedras, vários objetos, até sabonete eles jogaram na gente. Caco de vidro, vassoura, foi um inferno. Dois agentes estavam na parte de cima, na muralha onde os internos tentaram fugir. A partir daí, eles iniciaram um quebra-quebra”, conta.

Homens do Batalhão de Missões Especiais (BME) foram ao local para negociar com os internos. Por volta das 12h30, alguns internos começaram as negociações com a polícia e o Batalhão de Choque se posicionou na porta da unidade. 

Segundo o diretor técnico do Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo (Iases), Gustavo Badaró, a rebelião não teve um motivo específico. “São jovens, adolescentes que estão numa medida de contenção, as reivindicações eram muito dispersas, não havia nada específico. Os adolescentes se uniram por outras questões. O tumulto tomou proporções que nós não gostaríamos que tivessem tomado. Essa unidade não tem superlotação”, afirma. 

Ainda segundo o diretor, os prejuízos provocados pelos internos serão calculados. “A depredação foi bem grande, mas nós ainda vamos ter uma noção exata do prejuízo”, disse.

Os motivos para a rebelião não são claros. De acordo com o Iases, os internos não deram um motivo específico de reivindicação para fazer a rebelião. Uma equipe do instituto negociou diretamente com os menores até o fim da rebelião, por volta das 13 horas. Na tarde desta quinta-feira (19), membros da diretoria do Iases realizaram uma reunião com as mães dos internos para tranquilizá-las.

Outro caso

No dia 28 de abril deste ano, quatro agentes socioeducativos foram feitos reféns durante uma rebelião na Unidade de Internação Provisória 2 (Unip), em Cariacica. Além disso, três menores conseguiram fugir do local durante o motim, mas horas depois foram recapturados.

O motim foi realizado por cerca de 110 adolescentes em conflito com a lei. Homens do BME invadiram a unidade e usaram balas de borracha e bombas de efeito moral. O Corpo de Bombeiros também foi chamado na ocorrência. 

Familiares se concentraram na rodovia Governador José Sette, na altura de Cariacica Sede, e fecharam a rodovia com galhos e pedaços de madeira. Os familiares dos internos chegaram a discutir com os agentes socioeducativos que, segundo eles, não forneciam informações sobre a situação na unidade. 

De acordo com o Sindicato dos Servidores do Atendimento Socioeducativo no Espírito Santo (Sinaes), até oito adolescentes dividem o mesmo espaço onde a capacidade é de quatro pessoas. Ainda segundo o sindicato, a Unip 2 tem lotação de 110 adolescentes, sendo que a capacidade máxima é de 70.

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