Polícia

“Esperamos a condenação deles”, diz pai de Rodrigo antes do julgamento de estudante e contador em VV

O júri popular acontece no Fórum da Prainha, em Vila Velha. Para o pai de Rodrigo, Guilherme Melgaço, a estudante e o contador precisam ser condenados.

O jovem morreu após ser atropelado por Gabriela Foto: TV Vitória

Acontece na manhã desta quinta-feira (03), às 10 horas, o julgamento da estudante de gastronomia e do contador envolvidos no acidente que matou o universitário Rodrigo Lopes, de 20 anos, em um posto de combustível de Vila Velha, em agosto de 2008.

O júri popular acontece no Fórum da Prainha, em Vila Velha. Para o pai de Rodrigo, Guilherme Melgaço, a estudante Gabriela Bernardino dos Santos e o contador Maurício Joviano Sonegueti precisam ser condenados. “A gente espera, sinceramente, que a gente tenha uma resposta do júri, uma resposta dessa sentença no sentido de punir os culpados. Esperamos que hoje seja um dia para acabar com todo esse tempo de espera, que foram seis anos. Esperamos também que seja decidido pela condenação deles. Nós da família já fomos condenados, o Rodrigo foi condenado à pena de morte, ele morreu por conta desse delito. A gente espera, encarecidamente, que esse corpo de jurados tenha a sensibilidade de representar, não só a nossa família, como toda a sociedade”, afirma.

Para a irmã de Rodrigo, Mariana Lopes de Marcelos, as manifestações realizadas após o acidente fizeram com que o caso não fosse esquecido. “A gente sabe que, se o caso cair no esquecimento, ele pode virar uma estatística. Não nos calamos e não vamos nos calar em momento algum. Fizemos vários protestos, várias manifestações, caminhadas, com esse objetivo, de mostrar à sociedade que o Rodrigo não foi só uma vítima, ele era um membro da nossa família, foi especial para nós, ele era um cidadão”, conta.

Entenda o caso

Segundo a polícia, a estudante de gastronomia Gabriela Bernardino dos Santos atropelou, no dia 30 de agosto de 2008, o universitário, que estava com um amigo encostado em um carro, em frente à loja de conveniência de um posto de combustíveis em Itaparica, Vila Velha.

Segundo testemunhas, Gabriela estaria bebendo cerveja com amigos no local, não sabia dirigir, mas mesmo assim teria entrado em um carro e realizado uma manobra brusca, conhecida como “cavalo de pau”. Rodrigo Lopes foi atropelado e morreu na hora. O dono do carro, o contador Maurício Joviano Sonegueti, também será levado a julgamento. 

Júri é vitória da sociedade, diz delegado

“Uma vitória da sociedade”. É assim que o delegado Fabiano Contarato, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, analisou a decisão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) de levar a júri popular a estudante Gabriela Bernardino dos Santos.

Em primeira instância, a acusada tinha sido pronunciada por homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de produzir o resultado ao dirigir veículo após ingerir bebida alcoólica, mas a defesa havia recorrido. Com a decisão do TJES, a tese do delegado Fabiano Contarato foi mantida. “Todos nós estamos sujeitos a um acidente de trânsito. Agora, um motorista sem habilitação, que faz uma manobra perigosa e que atropela e mata alguém, não é acidente de trânsito. Por isso, ele deve ir a júri popular”, defendeu o delegado.

“Há comportamento no trânsito que o indivíduo ultrapassa a mera casualidade e assume o risco de produzir o resultado. O dolo eventual está no código penal. Quando dois motoristas batem um pega, sobem na calçada, atropela e matam alguém, eles não querem diretamente matar. Mas com comportamento deles, assumiram o risco. Então, é dolo eventual”, explica Fabiano Contarato.

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