Polícia

Família de portuário morto em briga de trânsito na Serra cria perfil com informações de processo

No dia 30 de janeiro, Marcelo iria à casa da mãe, em Porto Canoa, na Serra, mas foi interrompido em uma rotatória, no bairro Barcelona, quando se envolveu em uma briga

O perfil de Marcelo foi criado para informar sobre o processo Foto: TV Vitória

A família do portuário Marcelo Costalonga, de 44 anos, morto após uma briga de trânsito em janeiro deste ano na Serra, criou um perfil em uma rede social, onde são postadas informações sobre o caso.

Cinco meses depois, a mãe de Marcelo, Maria de Lourdes Costalonga, conta que não consegue esquecer o dia em que esperou, em vão, o filho mais velho chegar em casa. “Eu estava assistindo televisão e falava ‘meu Deus, Marcelo está demorando tanto, será que aconteceu alguma coisa no trânsito?’. Quando deu 18h15, minha filha me ligou e disse que tinha acontecido uma coisa com ele e me pediu calma. Depois, ela me ligou e pediu que eu fosse para o hospital”, relembra.
 
No dia 30 de janeiro, Marcelo iria à casa da mãe, em Porto Canoa, na Serra, mas foi interrompido em uma rotatória, no bairro Barcelona. O portuário estava acompanhado da mulher quando se envolveu em uma briga de trânsito.

A confusão só terminou sete quilômetros adiante, no bairro Nova Carapina II. Motorista entrou em luta corporal com o outro motorista e acabou atingido por golpes de chave de roda na cabeça. 

O empresário Eurico Ferreira Júnior foi detido pela polícia. Marcelo ficou internado por nove dias, mas não resistiu.
 
A morte do portuário traumatizou os parentes, principalmente, a filha de Marcelo, de doze anos. “A minha filha está sentido demais. Eu sinto falta dele, mas a dor dela com certeza é muito maior. Eu queria poder tirar a dor dela, mas eu não consigo, ela gostava muito do pai”, conta a mulher de Marcelo, Miriam Rovereti.

Os familiares temem que a morte de Marcelo se torne mais um caso de impunidade, em um dos municípios considerados mais violentos do Espírito Santo. Por isso, eles criaram um perfil, em uma rede social, para homenagear o portuário e divulgar o andamento do processo que julga o caso.

A irmã de Marcelo, Michelli Costalonga, conta que depois que o processo acabar, o perfil será excluído. “Fizemos um perfil para o pessoal ficar um pouco mais por dentro da situação, onde tudo está correndo, como está o andamento do processo. Depois que acabar o processo, o perfil será finalizado, porque não tem finalidade nenhuma dele continuar”, disse.
 
Enquanto aguarda por Justiça, a família tenta matar a saudade vendo fotos de Marcelo. “É como se estivesse faltando uma coisa pra gente, desestruturando nossa base. Não sei explicar esse sentimento”, desabafa a irmã Michelli.

Audiência

No último dia 24, foi realizada, no Fórum da Serra, a primeira audiência do caso da briga de trânsito. Na primeira audiência, sete testemunhas foram intimadas pela acusação, entre elas, os dois policiais militares que atenderam a ocorrência. Além dos intimados, também compareceram ao fórum, familiares da vítima e do acusado. 

O réu no caso também esteve presente, mas não foi ouvido. A defesa do acusado entrou com dois pedidos para que Marcelo respondesse ao processo em liberdade, mas os recursos foram negados pelo juiz do caso. No ato da prisão, Eurico afirmou que não se arrependia do crime.

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