Polícia

No flagra com bacalhau: travesti é preso após furto em supermercado e diz que vai morder segurança na Serra

Um segurança conseguiu deter o suspeito até a chegada da polícia. Simone nega o crime e afirma que o segurança foi atrás dela com o pescado e a acusou de roubo

O travesti nega que tentou fugir após o crime Foto: TV Vitória

Kelvin Bill foi como ele se identificou para a polícia. Mas, para a equipe da TV Vitória/Record, o travesti, de 18 anos, preferiu ser tratado como Simone. Ele é acusado de furtar menos de 1,5kg de bacalhau, que custava R$ 55, em um supermercado em Valparaíso, na Serra. 

O suspeito nega o crime, mas as câmeras de vigilância o teriam flagrado apanhando o pescado, colocando na bolsa e saindo do estabelecimento sem pagar pelo produto. As imagens não foram divulgadas pela gerência do estabelecimento, onde um dos seguranças deteve o travesti, até a chegada de policiais militares. 

O travesti disse que desde os 12 anos faz programas sexuais para bancar o vício nas drogas e no álcool. Simone foi levada para a delegacia, onde foi autuada por furto. “Não é verdade que eu roubei. Ele (o segurança) trouxe de lá de dentro. Eu já tinha saído do supermercado e ele veio com o produto de lá de dentro e falou que eu tinha pegado. Como eu peguei o produto se ele trouxe?”, indagou o suspeito.

"Ele me deseja, ele me quer. Uma hora eu vou sair daqui e pretendo dar umas mordidas na cara dele"

Segundo o segurança, Simone tentou fugir no estacionamento do mercado. “Eu não tentei correr dele, foi ele que veio atrás de mim. Não sei porque ele veio, pois não tenho interesse nele, mas deve ter sentido alguma coisa por mim. Eu acho que ele sente sim, por que ele é meio cabuloso. Ele me deseja, ele me quer. Uma hora eu vou sair daqui e pretendo dar umas mordidas na cara dele. Pelo menos isso eu tenho que dar”, afirmou.

Onda de furtos

Sandálias, bebidas, bacalhau, carnes embaladas a vácuo. Mercadorias que, segundo um gerente de supermercado, estão no topo da lista dos usuários de drogas que entram nos estabelecimentos com um único interesse: fazer o mesmo que o travesti Simone, ou seja, furtar produtos para bancar o vício nas drogas. 

Ismênio Lima gerencia um supermercado em Jacaraípe, na Serra. Segundo ele, esses casos são frequentes. “Isso se tornou normal. É muito roubo que acontece em supermercado. A pessoa vem, rouba. Depois que registramos na delegacia, eles são soltos e não acontece nada”, afirma. 

O gerente diz que, para tentar combater ações como a da Simone, os supermercados investem em segurança. “Pagamos seguranças particulares para minimizar. Sabemos que não vai evitar, mas é para diminuir”, explicou.

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