Polícia

Falsa agência de modelos tenta aliciar meninas na Grande Vitória

As jovens viram que a estrada para o sucesso também tem muitas armadilhas. Na última quarta-feira uma mensagem que chegou por uma rede social parecia abrir a porta que faltava

As meninas receberam mensagens pela internet Foto: TV Vitória

O glamour das passarelas. Um mundo atraente, que chama a atenção de muitas meninas desde a infância. Mas o caminho para se tornar uma top model não é fácil. É preciso dedicação, esforço, carisma e beleza.

Há um ano, três meninas começaram nesse caminho e todas em busca de um sonho em comum. “Sempre sonhei em ser famosa, de sair na rua e todo mundo me reconhecer”. 

Mas na última semana, as jovens viram que a estrada para o sucesso também tem muitas armadilhas. Na última quarta-feira (8) uma mensagem que chegou por uma rede social parecia abrir a porta que faltava. As três receberam os recados, e de cara, a oferta de uma carreira na Europa encheu as jovens modelos de esperança. “Eu falei: 'nossa agora eu vou ser uma modelo internacional'”. 

O problema foram as condições impostas pela suposta agenciadora. Primeiro, ela pede fotos de calcinha. A mãe de uma das meninas respondeu e questionou se não poderiam ser de short. A suspeita disse que só podia ser de roupa íntima, com a menina de frente e de costas e continuou insistindo e pedindo fotos sensuais. 

As mães das meninas desconfiaram e continuaram a conversa e descobriram que por trás da tela do computador se escondia um criminoso e elas decidiram procurar a polícia.

Orientada pela polícia, uma das mães continuou conversando com a pessoa que falava pelo perfil da empresa, fingindo interesse nos trabalhos oferecidos. Ela chega a perguntar se pode mandar as fotos por e-mail. Do outro lado, a agenciadora se irrita com a dificuldade de obter as fotos, faz grosserias e até ameaças. “Ele falou que se eu não mandasse as fotos ela ia acabar com a carreira de modelo da minha filha”. 

A Polícia Civil deve pedir a quebra do sigilo de dados dos dois perfis que fizeram os contatos para identificar a origem das mensagens. Para o especialista em crimes virtuais Eduardo Monteiro, a pessoa por trás das mensagens pode ser um pedófilo que queira obter as fotos para si mesmo ou alguém interessado em vender as imagens para sites de pedofilia. Qualquer dos casos é crime e a pena mínima é de quatro anos. Por pouco os sonhos das três modelos mirins não se transformaram em pesadelo. O que fez a diferença foi a vigilância dos pais. “Às vezes não é nem um pedófilo, é uma pessoa que quer se aproveitar do comércio de imagens de pedofilia. A criança encaminha as fotos para o criminoso e ele distribui pela internet."

 

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