Polícia

Julgamento de suspeitos de mandar matar juiz Alexandre Martins pode mudar de local

Segundo o TJES, pedido de desaforamento feito pela defesa do coronel Walter Gomes Ferreira, um dos reús no processo, deverá acontecer na próxima segunda-feira

Julgamento dos suspeitos de serem os mandantes do assassinato de Alexandre Martins poderá mudar de local Foto: TV Vitória

O julgamento de dois suspeitos de serem mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, ocorrido há 12 anos, poderá mudar de local. De acordo com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o pedido de desaforamento feito pela defesa de um dos réus, o coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, está na pauta da próxima reunião das Câmaras Criminais Reunidas, que será na próxima segunda-feira (17).

O pedido é para que o julgamento, marcado para o próximo dia 24, seja retirado da comarca de Vila Velha. Segundo o TJES, caso o pedido da defesa do coronel seja aceito, o júri poderá acontecer em qualquer outro juízo da Grande Vitória. Por enquanto, o local previsto para acontecer o julgamento é o salão do júri do Fórum da Prainha, em Vila Velha.

O relator do recurso é o desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama e o júri será presidido pelo juiz Marcelo Soares Cunha. De acordo com o Tribunal de Justiça, não existe necessidade de mudar o juiz responsável pelo caso, nem o cartório onde o processo está, que é o 4º Criminal de Vila Velha.

O TJES informou ainda que o juiz Marcelo Soares segue com a previsão de realizar o julgamento no próximo dia 24. No entanto, ressaltou que é necessário aguardar a decisão sobre o pedido de desaforamento para saber se algo mudará no júri.

A reportagem tentou contato por telefone com o advogado do coronel Walter Gomes Ferreira, Francisco de Oliveira, mas uma mensagem de voz dizia que o número do celular dele não existe.

Adiamento

Pedido de mudança da comarca onde será realizado o júri foi feito pela defesa do coronel Walter Gomes Ferreira Foto: TV Vitória

O julgamento do coronel Ferreira e do ex-policial civil e empresário do ramo de mármore e granito, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calú, apontados como mandantes do assassinato de Alexandre Martins, estava marcado para acontecer no dia 25 de maio deste ano. No entanto, três dias antes o juiz Marcelo Soares decidiu transferir a data do júri para 24 de agosto.

De acordo com a decisão do juiz na época, o adiamento ocorreu por conta de algumas mídias apresentadas pela defesa de um dos réus. Tratam-se de dois CDs com áudios e que haviam sido impugnados pelo Ministério Público Estadual. Diante desse fato, o juiz entendeu ser prudente solicitar uma perícia nessas mídias e, com isso, não haveria tempo hábil para ela ser concluída antes do dia 25.

O outro apontado pelo Ministério Público como mandante do assassinato de Alexandre Martins é o juiz aposentado Antônio Leopoldo Teixeira, que ainda aguarda a tramitação de recursos junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O crime

Alexandre Martins de Castro Filho foi assassinado na porta de uma academia de ginástica em Itapoã, Vila Velha, no dia 24 de março de 2003. Na época, ele comandava investigações contra o crime organizado no Espírito Santo.

Os executores do crime - Odessi Martins da Silva, o Lumbrigão, e Giliard Ferreira de Souza - foram presos, julgados e condenados a mais de 24 anos de prisão. Também foram condenados, como intermediadores do crime, os sargentos Heber Valêncio e Ranilson Alves da Silva; Fernandes de Oliveira Reis, o "Cabeção"; André Luiz Barbosa Tavares, o "Yoxito"; e Leandro Celestino dos Santos, o "Pardal". 

Durante todos esses anos, o processo se arrastou nos tribunais do Espírito Santo porque, além dos inúmeros recursos apresentados pela defesa dos acusados de serem os mandantes do crime, nove juízes foram considerados impedidos de julgarem o caso. Eles alegaram ter algum tipo de relação com uma das partes - ou réu ou vítima - e, por esse motivo, o julgamento poderia ser considerado sem validade.

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