Polícia

Irmãos são presos acusados de assassinarem obreiro na porta de igreja em Cariacica

De acordo com a polícia, o motivo do crime foi uma dívida de R$ 8 mil que a vítima teria com um dos suspeitos, referente à compra de um carro. Crime aconteceu em novembro

Irmãos negaram participação no assassinato do obreiro Foto: TV Vitória

Quatro irmãos foram presos em Cariacica, suspeitos de assassinarem um obreiro na porta de uma igreja evangélica, em novembro do ano passado. De acordo com a polícia, o motivo do crime foi uma dívida de R$ 8 mil que a vítima teria com um dos suspeitos, referente à compra de um carro.

Hudson Vieira Nunes, de 22 anos, Helbeer Tadeu Vieira Nunes, de 24, Wenderson Vieira Nunes, de 26, e Everton Vinícius Pereira Nunes, de 28, foram detidos por policiais da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Cariacica e apresentados à imprensa nesta sexta-feira (22).

Os quatro suspeitos, que moram em Cariacica e trabalham juntos em uma serralheria, ainda não tinham passagem pela polícia. No entanto, de acordo com as investigações, eles participaram do assassinato de Magno Douglas Pereira Falcão, de 21 anos.

"Eles não se preocuparam em esconder o rosto, não se preocuparam em utilizar um veículo diferente - usaram o próprio veículo deles - e chamaram a vítima enquanto ela estava no culto, que estava bastante cheio, de forma que foi um crime até tranquilo de ser investigado e ser resolvido", frisou o titular da DCCV de Cariacica, delegado João Paulo Pinto.

O crime

O crime aconteceu no dia 28 de novembro do ano passado, em frente a uma igreja no bairro Santa Bárbara, em Cariacica, onde o obreiro participava de um culto. Era noite quando, segundo testemunhas, quatro homens chegaram procurando por Magno. Ele foi morto com seis tiros no meio da rua.

Crime aconteceu na porta de uma igreja evangélica Foto: TV Vitória

Durante as investigações, a polícia ouviu seis testemunhas, que estavam na rua e também na igreja na hora do crime. Elas afirmaram que os quatro irmãos estavam em um carro escuro e, antes do crime, já tinham passado pela rua procurando por Magno e confirmando o horário do culto. Quando tiveram certeza de que a vítima estava dentro da igreja, voltaram e pediram para chamar o obreiro. 

De dentro do veículo, os acusados teriam aberto fogo contra a vítima, que morreu na hora. Segundo João Paulo Pinto, o carro usado pelos suspeitos está em nome da esposa de um deles.

De acordo com as investigações, Magno havia comprado um carro de Helbeer, mas, cinco meses depois, ainda não tinha pago nenhuma prestação. O antigo dono do veículo disse que procurou pelo comprador, horas antes do assassinato, para reaver o veículo, mas teria sido ameaçado pelo obreiro.

"Fui conversar com ele, procurar saber onde ele estava. Eu queria recuperar o carro, porque minha esposa está grávida de oito meses. Ele [Magno] me ameaçou e isso, para a polícia, é um ponto-chave. Por ele me ameaçar, eles [os policiais] podem estar achando que eu matei ele, sendo que a verdade não é essa. No momento em que ele foi executado, eu tenho um boletim de ocorrência mostrando que eu estava na delegacia", afirmou Helbeer.

O boletim de ocorrência foi registrado contra Magno e anexado ao inquérito sobre o homicídio. Registrado em nome da esposa de Helbeer, o documento descreve que a vítima negociou e não pagou pelo carro. No entanto, o horário do registro é 21h15, cerca de uma hora depois do assassinato.

"A versão deles infelizmente não se sustenta nem entre eles, porque eles têm varias contradições. Também não batem com a versão das seis testemunhas que foram ouvidas. Todas foram categóricas em afirmar a participação de todos eles no crime", ressaltou o delegado.

"Injustiça"

Os quatro irmãos tiveram a prisão decretada pela Justiça, mas negaram veementemente as acusações e afirmaram que provarão que são inocentes.

"Vou pagar por uma coisa que não fiz, porque não exite justiça no Brasil. Quem fez isso com ele vai ver amanhã passando no jornal e vai ficar rindo da cara da polícia, não da nossa", protestou Wenderson.

"Não tem porque a gente esconder o rosto porque, na verdade, isso está sendo uma injustiça. Se eu devesse eu esconderia o rosto sim, mas como não devo, boto minha cara na sociedade para amanhã ou depois aparecer no jornal. Tudo isso que está acontecendo é uma injustiça que estão fazendo com a gente", afirmou Hudson.

"Com certeza é uma injustiça e eu vou provar minha inocência. Vou aparecer de novo na televisão provando que eu sou inocente", garantiu Helbeer.

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