Costureira recupera carro em Vila Velha e acusa PM de negligência em abordagem
Uma moradora da região onde o Fusca foi localizado, em Vila Velha, disse que, no dia anterior, policiais haviam revistado indivíduos que estavam no carro, mas não consultaram a placa
Uma costureira de 52 anos teve o carro furtado na porta de casa, no mês passado, em Vila Velha, e conseguiu recuperá-lo cinco dias depois. No entanto, ela descobriu que o veículo, um Fusca, já tinha sido abordado pela Polícia Militar em uma outra ocasião, mas, durante a abordagem, a placa do automóvel não havia sido consultada pelos policiais.
A vítima alega que houve descaso da polícia durante o precedimento, já que os quatro ocupantes foram revistados, mas não houve verificação se havia ou não restrição de furto ou roubo para aquele veículo. A mulher foi informada sobre a abordagem, ocorrida um dia antes de o carro ser recuperado, por uma moradora da região onde o Fusca foi encontrado.
O momento da abordagem foi fotografado pela testemunha. Na imagem, aparecem os quatro suspeitos encostados no muro e sendo revistados pelos PMs. A indignação da costureira é que, um dia depois, o Fusca foi encontrado com o interior todo destruído.
"Estou indignada porque nós, cidadãos de bem, quando somos parados em blitz ou em qualquer outra situação, a primeira coisa que se faz é pedir o documento do veículo, para averiguar a situação desse veículo, averiguar, pelo sistema deles, se há uma restrição, se é roubado", reclamou.
O veículo foi furtado no dia 18 de janeiro, em frente à casa da vítima, onde estava estacionado, em Novo México. "Eu vi pela câmera dois elementos se aproximando do veículo. Estava chovendo muito e eles ficaram abaixados ao lado da porta do carona. Eles conseguiram abrir a porta do carona, entraram no carro e ficaram uns três minutos lá dentro. Depois saiu um elemento, foi para trás do carro e tentou abrir a tampa do motor, mas não conseguiu. Ele então retornou e os dois conversaram alguma coisa. Depois, o mesmo elemento voltou e começou a empurrar o veiculo, até o carro pegar. Ele entrou e os dois foram embora", lembrou a costureira.
Dias depois, um conhecido ligou para a mãe dela, avisando que tinha visto o carro rodando no bairro vizinho ao que ela mora. "Minha mãe me ligou dizendo que um amigo dela viu esse veículo entrando em uma rua em certo bairro, mas ele não pôde seguir porque ele estaria de bicicleta. Como eu estava trabalhando, também não tinha como ir. Então liguei para a polícia na mesma hora, informei o fato, e perguntei se eles poderiam passar no bairro e darem uma olhada. Só que eu não tive resposta", contou.
Cinco dias depois, a costureira recebeu outra ligação, dessa vez de um amigo, informando que o Fusca estava parado em frente a uma casa em um bairro vizinho. Ela foi até o local, junto com policiais militares, que recuperaram o veículo.
No entanto, no local, foi informada sobre a abordagem no dia anterior. Por ter sido encontrado danificado, o veículo está na oficina desde o final de janeiro. "Está todo destruído. E o veículo nem do local sai. Tive que trazer ele de guincho", lamentou.
A Polícia Militar informou, por meio de nota, que os fatos descritos não condizem com o procedimento padrão adotado pela corporação. A PM explicou ainda que a vítima pode formalizar uma reclamação na Corregedoria da Polícia Militar, para que o fato seja apurado. Já a vítima informou que, nesta semana, fará a denúncia junto à corporação.
