Polícia

'Faço questão que meu filho seja condenado', diz pai de suspeito de assassinar Barbara Richardelle

Eduardo Cunha divulgou uma carta à imprensa, nesta quinta-feira, dia em que o rapaz está sendo julgado pelo crime. No texto, ele aproveita para pedir perdão à família da jovem

Pai de Christian Cunha diz que espera que o filho seja condenado pelo assassinato de Barbara Richardelle Foto: TV Vitória

O pai de Christian Braule Pinto Cunha, suspeito de assassinar a ex-namorada, Barbara Richardelle, em Vila Velha, em março de 2014, afirmou que torce para que o filho seja condenado pelo crime. O julgamento do rapaz está sendo realizado nesta quinta-feira (30) no Fórum da Prainha, em Vila Velha.

Nesta quinta, Eduardo Cunha, pai do réu, divulgou uma carta à imprensa, na qual diz que nunca desejou que Christian fosse absolvido pelo crime. "Faço questão que meu filho seja condenado e pague por este crime, para que sirva de exemplo para quem pretenda fazer o mesmo", afirmou.

Na carta, Eduardo aproveita para pedir perdão à família de Barbara Richardelle e reconhece que, independente da decisão do júri, nada trará a jovem de volta. "Penso na dor desta mãe todos os dias. Sinto vontade de dar um abraço nela e pedir perdão pelo meu filho, mesmo que ela não o perdoe. Gostaria tanto de mostrar a ela o quando eu sofro com tudo isso", escreveu o pai do suspeito.

Eduardo disse ainda que o filho demonstrou estar arrependido pelo crime e que a família do rapaz também tem sofrido bastante nesses últimos dois anos, sendo alvo de ataques de parte da sociedade. 

"Em hipótese alguma e em nenhum momento eu desejei uma absolvição para o meu filho e ele sabe disso e concorda comigo. Eu e ele debatemos muito isso e o arrependimento dele está nítido nele. Porém, o arrependimento é importante, mas não trará a Barbara de volta", reconheceu.

Confira a íntegra da carta

Pouco mais de dois anos se passaram e a dor das duas Famílias continua grande com uma tristeza infinitamente insuperável. O Júri de hoje define a condenação de meu Filho mas independentemente do resultado, a Barbara não volta mais; ficará nas lembranças de todos nós. Ao contrário da opinião de muitos, me importo sim e muito com os sentimentos da mãe de Barbara... Penso na dor desta mãe todos os dias. Sinto vontade de dar um abraço nela e pedir perdão pelo meu Filho mesmo que ela não o perdoe. Gostaria tanto de mostrar a ela o quando eu sofro com tudo isso.

Nos últimos dois anos passamos por uma imensa dor. Além disso, fomos alvo de injustiças onde pessoas se aproveitaram do caso e de nossa fragilidade para nos atingir. Se valeram de mentiras para tentar destruir nossa imagem e assim prejudicar mais e mais todo o processo que por si só já tem o seu peso.

Sei que meu Filho fez a pior coisa que um ser humano possa fazer e independente da motivação, eu, minha família, a sociedade e a Justiça estamos juntos em busca de justiça mas é civilizado que tenhamos um julgamento na forma da Lei. Durante os últimos dois anos a sociedade julgou e condenou meu Filho da mesma forma irracional que possivelmente Ele agiu no momento do crime. Não podemos nos igualar.

Alguns mecanismos de comunicação inflamaram os desejos da população apenas para vender jornais. Políticos também tentaram se aproveitar. Outros crimes de tamanha grandeza não foram tão explorados e deveriam ser. Em hipótese alguma e em nenhum momento eu desejei uma absolvição para o meu Filho e Ele sabe disso e concorda comigo. Eu e Ele debatemos muito isso e o arrependimento dele está nítido nele
porém, o arrependimento é importante mas não trará a Barbara de volta.

Gostaria de pedir a todos os Pais que conversem com seus filhos, que digam a eles o quanto os ama e o quanto é importante preservar a vida... Digam a eles o quanto a mãe da Barbara sofre todos os dias e o quanto Eu sofro com meu Filho preso e com o futuro destruído... Peçam a eles que nunca cometam esse erro. Isso pode sim acontecer com qualquer pessoa. Eu nunca imaginei que passaria por isso e estou passando. Devemos ensinar às próximas gerações o valor da vida.

É lamentável mas só me resta pedir perdão a Deus e à sociedade pelo crime que meu filho cometeu e esperar que possamos descobrir um jeito para diminuir a estatística.

Não vou abandonar meu Filho. É meu Filho e sempre será e minha missão em torna-lo uma pessoa melhor não acabou ainda. Mais uma vez eu afirmo que meu compromisso com a sociedade será cumprido e do meu filho com a justiça também.

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