Polícia

Marido confessa que mandou matar cabeleireira na Serra por causa de dinheiro

Além de Robson Martins da Silva, foram presos nesta quinta-feira os dois executores do crime. Suspeito disse que não aceitava o fato de a esposa administrar o dinheiro do casal

Robson admitiu ter mandado matar a esposa, mas disse que foi induzido por um amigo Foto: TV Vitória

O marido da cabeleireira Cenira dos Santos, de 46 anos, assassinada a tiros dentro do próprio salão de beleza, em Nova Carapina, na Serra, em março do ano passado, foi preso nesta quinta-feira (30), suspeito de ter sido o mandante do crime. Além dele, foram presos dois suspeitos de serem os executores do assassinato.

De acordo com as investigações da Delegacia Especializada de Homicídios Contra a Mulher (DHPM), o motivo do crime teria sido o fato de o companheiro da vítima, o caminhoneiro Robson Martins da Silva, não aceitar o fato de ela administrar o dinheiro do casal.

O suspeito, que viveu por 33 anos com a mulher e teve com ela dois filhos, de 22 e 28 anos, afirmou que foi induzido a cometer o crime. "Eu estava desempregado e não tinha dinheiro nenhum. Quem movimentava o dinheiro era ela. Foi um colega meu que me induziu [a mandar matar a vítima]", disse Róbson.

No entanto, para a polícia a historia vai além. De acordo com o delegado Felipe Pimentel, da DHPM, Cenira desconfiava de uma traição do marido. "O Robson teria um relacionamento extraconjugal e, desse relacionamento, ele poderia perder o dinheiro que ele tinha. Com a descoberta, a esposa dele poderia tirar o dinheiro que ele tinha adquirido", ressaltou o delegado.

De acordo com a polícia, Robson contou com a ajuda de Genival Manoel dos Santos, de 37 anos. Segundo as investigações, o amigo, que não tinha a simpatia de Cenira, foi quem contratou Jonatha dos Santos Rodrigues, de 26 anos, para dirigir o carro que seria usado no crime, e Edmar Barbosa da Silva, de 21, o homem que teria atirado em Cenira.

Os dois executores do crime também foram presos nesta quinta-feira. Edmar contou que recebeu uma quantia em dinheiro para cometer o crime, mas preferiu não revelar o valor. Ele afirmou que gastou todo o dinheiro com drogas.

Em depoimento, Robson disse que pagou R$ 7 mil pelo serviço, dinheiro que ele afirma ter pego emprestado em uma financeira.

O crime

Crime aconteceu em março do ano passado Foto: TV Vitória

O assassinato de Cenira aconteceu na manhã do dia 21 de março de 2015. Segundo a polícia, por volta das 8h30 Edmar desembarcou do carro dirigido por Jonatha, entrou no salão e atirou três vezes contra Cenira. Dois tiros acertaram a cabeleireira no rosto. O carro foi abandonado, logo depois, no mesmo bairro.

A frieza de Robson surpreendeu até mesma a policia. Durante mais de um ano de investigação, ele manteve contato frequente com o delegado responsável pelo caso. Segundo a polícia, ele ligava perguntando se já tinha algum suspeito identificado e pedindo mais informações sobre as investigações. Diante do delegado, Robson chegou a chorar e jurar vingança pela morte da esposa, dizendo que seria capaz de matar o responsável pelo crime.

No entanto, enquanto a polícia trabalhava para elucidar o crime, ele estaria fazendo o caminho contrário e escondia pistas. Segundo a polícia, primeiro ele deu um carro para Genival. Depois emprestou a ele um dos apartamentos que alugava no mesmo bairro onde o crime aconteceu. 

Dias depois, Robson pagou uma passagem para que Genival e a esposa fossem para Rondônia, na Região Norte do país, onde eles viveram por oito meses. Quando voltaram, Robson teria desembolsado mais dinheiro, dessa vez para esconder Genival e a mulher no interior de Minas Gerais, onde Genival acabou sendo preso.

"O medo dele era que, se a gente pegasse o Genival, ele poderia abrir o crime para a gente, e foi o que aconteceu. Tanto que o Robson vinha aqui na delegacia, perguntava a respeito do crime, como estavam as investigações, até como forma de monitorar nosso trabalho para ele poder se defender melhor", explicou Felipe Pimentel.

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