Polícia

Capixaba é mantida em cárcere privado após ter ossos quebrados pelo marido

Por conta das agressões sofridas há 18 anos pela mulher, e das fraturas no quadril, ela se arrastava pela casa e precisava da ajuda do filho para se locomover

A aposentada está internada no Hospital Dório Silva Foto: TV Vitória

Uma aposentada de 55 anos foi internada no Hospital Dório Silva, na Serra, após ser agredida pelo marido e mantida em cárcere privado. Ela teve fraturas em dois lugares do quadril e precisará passar por uma cirurgia. A lesão foi provocada pelo marido da vítima, também de 55 anos. Ele foi preso na noite da última quarta-feira (15). 

“Ela perdeu o movimento da perna temporariamente, pois o osso quebrou. Ela não recebeu nenhum tipo de atendimento médico, ele também se negou a prestar qualquer tipo de socorro e ela ficou em casa lesionada e sem atendimento. Isso provocou o aumento dessa lesão e também uma lesão nos ossos da bacia”, informou a delegada Ana Cecília Mangaravite. 

De acordo com a delegada, por conta das agressões e das fraturas ela se arrastava pela casa e precisava da ajuda do filho para se locomover. “Ela era constantemente cobrada pela realização de serviços domésticos e não conseguia desempenhar, pois tinha sérios problemas de locomoção e muitas dores, e toda vez que esse homem chegava em casa ele a ofendia verbalmente, a chamava de preguiçosa, falava que ela não queria fazer nada em casa, quando na verdade ela estava gravemente lesionada”, disse.

Os dois são casados há 20 anos e há pelo menos 18 anos a aposentada era agredida. Quase sempre as agressões eram presenciadas pelo filho do casal, um adolescente de 13 anos. Cansado de ver a mãe sofrer, ele acabou pedindo ajuda a familiares. “Ela não conseguia nem andar. Ela estava com as pernas inchadas e apoiada numa cadeira. Nós perguntamos se ela queria ir embora e ela disse que queria. O menino disse que também queria”, contou o irmão da vítima.

O crime foi registrado na Delegacia da Mulher, em Vila Velha. Para a delegada, é um caso clássico de violência doméstica. “A vítima convive com o agressor por muitos anos e não denuncia e muitas vezes espera chegar em uma situação extrema para relatar que de fato é vítima de violência doméstica e se convencer disso. No caso desse casal, a família fez intervenções e tirou a mulher de casa, mas passava um tempo e ela voltava a conviver com o agressor”, afirmou a delegada.

O suspeito das agressões vai permanecer preso até a conclusão do inquérito. “Para que seja resguardada a integridade física da vítima quando do seu filho, que é uma grande preocupação da polícia nesse momento”, destacou Ana Cecília. 

Pontos moeda