Política

Mauro Ribeiro acredita que é possível tarifa zero no transporte público

O candidato do PCB foi o primeiro a participar da série de entrevistas que a TV Vitória vai realizar com todos os candidatos ao governo do Estado

Mauro Ribeiro (PCB) foi o primeiro candidato entrevistado Foto: Everton Nunes

A TV Vitória iniciou nesta segunda-feira (4) uma série de entrevistas com todos os candidatos ao Governo do Estado. O primeiro entrevistado foi o candidato pelo PCB, Mauro Riberio, que destacou que é possível substituir o atual modelo da Polícia Militar, por uma polícia comunitária. Mauro acredita ainda que é possível ter tarifa zero no transporte público.

Nesta terça-feira, quem será o entrevista será o ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Na quarta-feira, o deputado Roberto Carlos (PT). Na quinta-feira, o Jornal da TV Vitória recebe o governador Renato Casagrande (PSB). A série de entrevista será encerrada na sexta-feira com a candidata do PSOL, Camila Valadão. 

Mauro Ribeiro nasceu em 22 de julho de 1968, em Vitória, mora em Santo Antônio, na Capital.  Estudou o Ensino Fundamental na escola Ludovico Pavoni e o Ensino Médio no Instituto de Educação, onde fez magistério. Mauro é formado em técnico de transporte pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Esta é a primeira vez que ele concorre a um cargo eletivo. O candidato exerce a função de assistente-administrativo e técnico na Ceturb.  Ele ficará afastado do cargo entre 4 de julho e 4 de outubro

Confira na íntegra a entrevista que teve duração de oito minutos:

TV Vitória: O senhor declara nas propostas de governo entregue ao Tribunal Regional Eleitoral o fim da Polícia Militar e ainda se coloca contra a diminuição da maioridade penal. O que o senhor faria com o efetivo atual da PM?

Mauro Ribeiro: A Polícia Militar, hoje, cumpre um papel exclusivamente do Estado e essa instituição, a Polícia Militar, é uma coisa que na ditadura se fortaleceu. A gente entende que o policial militar hoje, nas condições trabalhistas dele, tem condições precarizadas. Ele está exposto ao risco e não tem poder de livre organização. Essa polícia que chamamos de polícia comunitária, o novo formato que a gente quer instituir, é uma polícia que vai atuar dentro dos bairros com a participação da comunidade voltada pra os interesses e segurança da comunidade.

TV Vitória: Mas e o efetivo atual da PM?

MR: Esse efetivo basicamente passa a integrar esse novo modelo de polícia

TV Vitória: O senhor declara no plano de governo o não pagamento da dívida pública estadual. Isso não tem o mesmo significado de um calote?

MR: Não seria um calote porque a dívida pública tem umas nuanças que são muito complicadas de explicar, mas posso dizer que neste aspecto a dívida pública praticamente são juros que são pagos e esses juros praticamente vão pra um grupo de 20 famílias que estão no sistema financeiro, uma dívida que o Estado contraiu e que não acaba, uma dívida que não tem fim. Então essa dívida tem que ser revista... Esses valores, o cálculo desses juros, para poder mensurar o quanto o Estado deve. E eu acredito que o Estado não deva mais nada.

TV Vitória: No programa de governo do PCB, que prega a alternativa socialista de governo, a política de desenvolvimento econômico prevê a reversão de todo tipo de renúncia fiscal. O Espírito Santo poderia perder investimentos com essa medida?

MR: Isso é uma coisa muito interessante, porque quando você oferece benefício fiscal para investimento, você está trazendo pra cá projetos que vão se instalar aqui, vão usufruir da riqueza do nosso Estado e vão deixar muito pouco. O comerciante do seu bairro, o varejista do dia a dia, que praticamente move a economia do Estado, esse varejista, que vende seus produtos, este paga integralmente, e não tem isenção. Então, quando vem um grande projeto, vem com esses benefícios e no final das contas o prejuízo é só da população. A riqueza não fica com a população capixaba. Você não pode investir no social e no final das contas só um pequeno grupo ficar com a riqueza.

TV Vitória: No facebook do Jornal da TV Vitória chegou uma pergunta do internauta Leonardo Merscher e ele pergunta quais concursos públicos o senhor pretende realizar se for eleito?

MR: Primeiro é o magistério. O magistério precisa de rever vários aspectos, principalmente a questão salarial. Educação no nosso governo é prioridade zero, nós temos que começar dando tratamento prioritário nesses aspecto. Outro aspecto que o Estado precisa estar preparado é a estrutura pública. A máquina pública tem que ter um aparato tecnológico mais eficiente e a máquina ainda é emperrada, não interage com as novas tecnologias e com as linguagens que o mundo tecnológico oferecem e que podem facilitar a vida do cidadão.

TV Vitória: A Transparência Capixaba enviou uma pergunta que diz o seguinte: O que o senhor pretende fazer para melhorar a questão dos contratos públicos de transporte no Espírito Santo, de maneira que avancemos na qualidade dos serviços e na transparência das contas da Ceturb, favorecendo para que o transporte coletivo se torne, de fato, uma alternativa viável ao cidadão?

MR: Sou servidor público da Ceturb, trabalho lá há 27 anos, e recentemente foi feito um processo licitatório onde se criaram dois consórcios que vão operar dentro do sistema de transporte. Esse processo de concessão que foi feito, é um processo longo, são 20 anos de concessão podendo ser prorrogado por mais 20. Praticamente nós estamos engessados nesse aspecto. Nosso programa de governo defende o seguinte aspecto: tarifa zero e isso é factível, não estamos propondo nada utópico. Tarifa zero é possível ser implantado. Com relação aos contratos vai ter que discutir porque você não pode também rasgar esse contrato, mas por outro lado você pode aplicar outros moldais.

TV Vitória: Outro ponto do programa cita a estatização de todo o sistema financeiro. Caso seja eleito, de que forma o senhor colocará em prática essa estatização e como as instituições financeiras estabelecidas serão compensadas?

MR: Temos exemplo aqui, no Brasil, o banco do Estado do Espírito Santo, que é um banco estatal e praticamente é oriundo da luta do trabalhador a manutenção dele. Embora ele tenha surgido na década de 40 oriundo da venda do café, que era voltado a esse crédito, hoje ele representa uma divisa muito grande e pode trazer esses dividendos para o trabalhador. Em relação às demais instituições bancárias e financeiras isso aí demanda de um programa que seja nacional porque dentro do Estado talvez a gente não consiga legislar nesse s aspecto. Mas em relação à governabilidade, com certeza a gente vai atuar dentro do que nosso programa de governo propõe.

TV Vitória: O plano de governo do senhor fala sobre descriminalização dos usuários de drogas consideradas ilícitas e a garantia do direito ao aborto. Se eleito como o senhor pretende tratar desses assuntos, já que eles dependem de leis federais?

MR: Em relação ao usuário de drogas a gente sabe que o crime, o narcotráfico, ele praticamente alimenta uma indústria violenta, que é uma indústria do sistema capitalista, que é a indústria armamentista. O Estado tem que reforçar seu aparato policial e seu armamento. Em contrapartida, os bandidos estão se municiando da mesma forma. O que a gente precisa em relação à descriminalização das drogas? Eu posso dizer que é possível adotar medidas locais, trazer essas pessoas para o tratamento e diminuir o aspecto repressivo que o Estado tem em cima do usuário de drogas.

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