Política

Pimentel: entrada de Marina afetou campanha de Aécio

Pimentel tem sido alvo de críticas por não usar a imagem ou falar em muito de Dilma em suas campanhas, diferente do que tem feito Pimenta da Veiga (PSDB) com Aécio

Redação Folha Vitória
Para Pimentel, Marina afeta campanha de Aécio Foto: Agência Brasil

Belo Horizonte - O candidato ao governo de Minas Gerais pelo PT, Fernando Pimentel, disse que a entrada de Marina Silva (PSB/Rede) na disputa eleitoral como presidenciável no lugar de Eduardo Campos (PSB), afetou a campanha de Aécio Neves (PSDB), ao analisar os números da pesquisa Ibope desta terça-feira, 26. "Temos aí fenômeno novo que é o crescimento da Marina, após a morte de Campos, que reflete comoção grande. Mas a Marina tem trajetória de vida de muita respeitabilidade e admiração", declarou, em sabatina promovida pela rádio CBN BH, nesta quarta.

Para ele, Marina retirou votos de Aécio e de nulos, brancos e indecisos e que presidente Dilma Rousseff (PT) se manteve no mesmo patamar, apesar de a pesquisa mostrar uma queda de porcentual. "Marina é uma presença forte. Pelo menos, bloqueou o crescimento do candidato tucano, que vai ter dificuldade de manter seus patamares na pesquisa", disse. "A minha avaliação é de que o Brasil está claramente fazendo a sua opção de continuar com um governo democrático-popular, que hoje é representado tanto por Dilma quanto por Marina. (...) Não vejo futuro da candidatura do campo tradicional, conservador, representado por Aécio", completou.

Pimentel tem sido alvo de críticas por não usar a imagem ou falar em muito de Dilma em suas campanhas, diferente do que tem feito Pimenta da Veiga (PSDB) com Aécio. "Não sei porque fazem essas críticas: antes era demais, que Dilma estava vindo muito para Minas. Mas ela está presente o tempo todo na minha campanha, estará sempre do meu lado, não tem como dissociá-la. Talvez o adversário esteja se confundindo, já que a minha campanha está focada na minha trajetória e a dele, como não tem o que mostrar, se esconde nos apoios", falou.

Outra questão abordada na sabatina da rádio foi um eventual movimento do voto casado em Pimentel para o governo de Minas e Aécio (PSDB) para a Presidência, o chamado "Pimentécio". Ela estaria ocorrendo por conta da semelhança entre os nomes dos candidatos petista e tucano (Pimentel e Pimenta) e pelo histórico da aliança entre Pimentel e Aécio em 2008, na eleição de Marcio Lacerda (PSB) para a Prefeitura de Belo Horizonte. Nos bastidores, comenta-se que isso atrapalha a campanha de Dilma no Estado e preocupa os tucanos na manutenção de sua gestão no governo do Estado.

À CBN BH, Pimentel explicou que foi o acordo pragmático na época da eleição de Lacerda, que não se arrepende dessa aproximação, mas que "nunca houve aliança posterior a essa". "Fizemos essa aproximação para a cidade não ser prejudicada. Tanto que o primeiro mandato de Lacerda foi um sucesso e ele foi reeleito. Mas aí ele se afastou do PT e hoje não estamos mais na gestão de Belo Horizonte. (...) Essa confusão não atrapalha a campanha petista. É engraçado como se subestima a consciência eleitoral do mineiro. O mineiro sabe em quem ele está votando", ressaltou.

Propostas e economia

Pimentel reforçou o discurso que, se eleito, fará um governo participativo, regionalizado, com "choque de carinho". Voltou a fazer críticas à gestão tucana à frente do Estado, de que não há uma união entre o governo de Minas e o federal, prejudicando investimentos e realização de projetos, como o metrô na capital mineira, uma maior adesão dos municípios do Estado ao programa de saúde "Mais Médicos", construção de escolas técnicas, entre outros.

Além disso, se comprometeu, se eleito, a construir metrô, pagar o piso nacional aos professores estaduais, incluir na matriz de transporte urbano projetos como o VLT e monotrilho, diminuir as alíquotas dos impostos estaduais, sem perder receita, e ampliar moradia à população. Sobre sua expectativa para o cenário macroeconômico para 2015, Pimentel seguiu o discurso de Dilma, dizendo que o Brasil está passando bem, mantendo os empregos, pela maior crise internacional da história.

"Não temo a economia do ano que vem. Temo uma mudança de rumo e adoção de políticas equivocadas", enfatizou.

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