Política

Em episódio de Cunha, PSDB pecou, no mínimo, por lentidão, diz Cássio Cunha

Redação Folha Vitória

Brasília - O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) reprova a atitude de outros membros do partido de não cobrar que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se afaste do cargo. "Não quero intervir na bancada da Câmara, ou na liderança do deputado Carlos Sampaio, mas, nesse episódio, o PSDB pecou, no mínimo, por lentidão", afirma. Para o senador, falta diálogo interno no partido.

Cássio Cunha Linha se referiu às declarações do líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (PSDB-SP), que, no último dia 5, afirmou que Eduardo Cunha "tem o benefício da dúvida". Na ocasião, havia a informação de que o Ministério Público da Suíça tinha enviado informações ao governo brasileiro sobre contas secretas em nome do presidente da Câmara, dado que depois foi confirmado pela Procuradoria-Geral da República. Cunha Lima ponderou, contudo, que houve deputados tucanos que assinaram a representação contra Cunha apresentada ao Conselho de Ética e devem, agora, cobrar o trâmite desse julgamento "para que a resposta para a sociedade seja dada e se acabe com esse leilão que está posto de quem dá menos pela ética."

Na avaliação de Cássio Cunha Lima, não existe no momento um discurso alinhado entre os parlamentares do PSDB no Senado e na Câmara quanto ao afastamento de Eduardo Cunha. Por essa razão, o senador defende que o partido se reúna. "As lideranças precisam se reunir e dialogar, o que não pode é ética seletiva, que funcione de acordo com nossas conveniências e interesses", afirma. "A Executiva Nacional do PSDB precisa se reunir e deve se reunir muito em breve para deliberar sobre isso."

Segundo o senador do PSDB, o presidente da Câmara usa o poder que tem para ver por onde pode escapar mais facilmente. "É preciso dar um basta a essa situação sob a pena de esse País sucumbir de forma definitiva, inclusive, pela falta mínima de decência na vida pública."

Na opinião do senador, a situação de Eduardo Cunha como presidente da Câmara é "insustentável". Ele defende que Cunha dê continuidade ao mandato, mas não à frente da Casa. "Ele pode permanecer no plenário, como muitos outros deputados e senadores que respondem a inquéritos e ações penais, mas não tem condições de exercer o cargo de presidente, por toda a pedagogia que essa ação representa, de que na política vale tudo."

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