Política

Candidatos a prefeito de Vitória se enfrentam em debate cara a cara com o eleitor

O formato escolhido, de realizar a discussão fora dos estúdios, no auditório da faculdade Estácio de Sá, aproximou ainda mais os candidatos dos eleitores

Participaram do debate Perly Cipriano, Lelo Coimbra, Amaro Neto e Luciano Rezende Foto: Fabio Machado

Weverton Campos (Redação Folha Vitória)

Os candidatos a prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), Amaro Neto (SD), Lelo Coimbra (PMDB) e Perly Cipriano (PT) tiveram a oportunidade de apresentar as suas propostas para a população da capital do Espírito Santo na noite deste domingo (25), durante o debate da TV Vitória, que também foi transmitido pelo Folha Vitória e pelas fanpages do jornal online e do Jornal da TV Vitória. O formato escolhido, de realizar a discussão fora dos estúdios, no auditório da faculdade Estácio de Sá, em Jardim Camburi, aproximou ainda mais os candidatos dos eleitores. 

O debate foi marcado por críticas à gestão de Luciano, feitas principalmente por Amaro Neto e Lelo Coimbra, e a apresentação dos planos de governo dos postulantes ao cargo de chefe do Poder Executivo. Além de se confrontarem, os quatro também puderam responder a perguntas de jornalistas da Rede Vitória, de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Espírito Santo (OAB-ES), moradores da capital e estudantes da Estácio.

A discussão foi dividida em quatro blocos, que duraram ao todo cerca de 120 minutos. André Moreira (PSOL) não foi convidado, pois as emissoras de rádio e TV só são obrigadas a chamar candidatos cujos partidos possuam mais de nove deputados federais na Câmara.

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Luciano Rezende exaltou a primeira colocação de Vitória em Saúde e Educação, segundo levantamento realizado pelo instituto Urban Systems e disse que tem se esforçado desde março de 2013 para que a capital capixaba sinta menos possível os efeitos do fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e da crise econômica brasileira. O candidato do PPS afirmou que a maior evolução do índice de educação básica ocorreu em sua gestão e que a cidade dispõe de equilíbrio fiscal, diferentemente das críticas dos oponentes, que afirmam que a ilha está quebrada.

Rezende disse que aumentou em duas mil as vagas nas creches, ainda que tenha começado a administrar a cidade na época dos sorteios e que notificou mais de 1500 proprietários de imóveis para que adequassem as calçadas para o projeto de acessibilidade "calçada cidadã". Para gerar emprego, o atual prefeito apontou a capacitação, afirmou que está cumprindo todas as suas promessas do programa de governo de 2012 e prometeu ampliar o projeto Bike Vitória, feito por meio de parcerias público-privadas - as chamadas PPPs.

"Vitória foi a capital que mais cortou gastos de custeio no ano de 2015. Isso é feito com diminuição de valor de contrato, diminuição do número de automóveis e cargos comissionados, o que foi feito pela primeira vez na história da cidade", afirmou o prefeito e candidato à reeleição.

Lelo Coimbra destinou a maior parte do tempo para criticar a gestão do atual prefeito. Lelo afirmou que o fato de Vitória estar em primeiro lugar em saúde é uma "piada", uma maquiagem de Luciano. Questionado por Amaro sobre a educação da capital, Coimbra afirmou que está "reprovada". Ele também teceu ataques à condução econômica da ilha. "Única coisa que faltou de fato foi criar a secretaria de maquiagem pública, porque o restante a demonstração de que a maquiagem é maior do que a gestão todos sabem", alfinetou o peemedebista.

Para Lelo, Luciano Rezende não tomou nenhuma atitude em relação ao fim do Fundap, o que teria feito Vitória perder o protagonismo econômico e a capacidade de fazer a economia "vibrar". Posteriormente Lelo prometeu intensificar o trabalho para a mobilidade urbana, integrando o sistema municipal de ônibus com o Transcol, intensificando a calçada cidadã e construindo e reformando abrigos para pontos de ônibus. 

Questionado sobre as poucas emendas que destinou para Vitória nos últimos anos, jogou a responsabilidade sobre Luciano, que não procuraria diálogo com a bancada parlamentar, deixando Vitória isolada.

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Amaro Neto também dividiu seu tempo entre críticas a Rezende e apresentação de alguns projetos. Em segurança, o atual deputado prometeu criar um "cinturão", que consiste em fechar as entradas e saídas da cidade com ajuda da Guarda Municipal e Polícia Militar, que abordariam ônibus, táxis e carros de passeio, além de equipar as câmeras de vigilância com tecnologia de reconhecimento de placas com restrição de furto e roubo. "A gente quer ocupar espaços que são verdadeiras cracolândias. Precisamos ter trabalho otimizado da Guarda Municipal junto com a Polícia Militar".

Em educação, Amaro disse que a cidade retrocedeu. Segundo ele, essa área de Vitória era reconhecida nacionalmente. Entretanto, agora a qualidade estaria deixando a desejar, principalmente no que diz respeito à merenda servida aos alunos e à remuneração dos professores. 

O candidato do Solidariedade ainda prometeu escolher um secretário municipal de Educação a partir de diálogo com os educadores e levar para o Centro da cidade um parque tecnológico.

Perly Cipriano, por sua vez, fez grande defesa do que seriam os legados dos governos Lula (PT), Dilma (PT) e João Coser (PT) para Vitória. Perly acusou Luciano de se apropriar de algumas obras que teriam sido feitas - ou iniciadas - nos oito anos de Coser à frente da Prefeitura Municipal, como a reforma de algumas escolas. O candidato prometeu escola integral, valorizar os professores com um bom salário e estabelecer um amplo diálogo com a sociedade de modo geral. 

Em segurança, o petista falou em criar um gabinete integrado em que a Guarda Municipal seria um elemento auxiliar. Também cobrou compromisso de todos os candidatos em relação à diminuição do pó preto sobre a cidade. "O pó preto está destruindo aquela praia [Camburi]. Destruindo a saúde de todos nós, dos nossos filhos", argumentou. Perly ainda salientou que saúde não se faz apenas construindo hospitais e contratando médicos e enfermeiros, mas também por ações em prol do saneamento básico, entre outras medidas.

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