Polícia

Família do crime: veja quem é quem e as funções na quadrilha acusada de fabricar armas no ES

Fabricação de armas, financeiro, entregas e negociação eram as funções distribuídas dentro da organização criminosa que agia na Grande Vitória

Redação Folha Vitória

Foto: Divulgação/Sesp/Arte/Folha Vitória

Cada integrante da família que foi presa sob acusação de fabricar, vender e distribuir armas na Grande Vitória tinha sua função. Fabricação de armas, financeiro, entregas e negociação eram os cargos distribuídos dentro da organização criminosa. 

Entre os integrantes da família presos estão: pai, filhos, esposas e cunhado. Eles foram alvos da Operação Legado Armeria, realizada pela Polícia Civil. 

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Wilrison Manske, apontado como líder da facção, já havia sido preso em dezembro do ano passado, na primeira fase da operação.

Na última terça-feira (23), mais cinco pessoas da família foram detidas: Edilson Manske, Tiago Manske, Ariane Vingler, Bruno Vingler, mais conhecido como Jhon Caseiras, e Hellen Luise.

Eles são acusados de porte ilegal de arma de fogo, associação criminosa e receptação. 

Veja as funções de cada um no crime, de acordo com a polícia:

Foto: Divulgação / Polícia Federal/Arte/Folha Vitória

Fabricação das armas

Edilson Manske e Wilrison Mansk (pai e filho)

Negociação

Bruno Vingler, conhecido como John Caseiras (irmão de Ariane)

Entregas

Tiago Manske (filho de Edilson e irmão de Wilrison) e Hellen Luise (esposa de Bruno)

Financeiro

Ariane Vingler (esposa de Wilrison)

Veja por quais crimes cada integrante vai responder:

Wilrison Manske

Porte ilegal de arma de fogo, comercio ilegal de arma de fogo e associação criminosa

Edilson Manske

Porte ilegal de arma de fogo, comercio ilegal de arma de fogo e associação criminosa

Tiago Manske

Comércio ilegal de arma de fogo e associação criminosa

Bruno Vingler de Sena (John Caseiras)

Comercio ilegal de arma de fogo, receptação e associação criminosa

Hellen Luise Santos Silva

Comercio ilegal de arma de fogo, receptação e associação criminosa

Ariane Vingler Gonçalves

Comércio ilegal de arma de fogo e associação criminosa

Com as prisões preventivas, a polícia encerrou a investigação, mas não descarta novas prisões se tiver outras suspeitas de envolvimento com a família. 

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Família faturou cerca R$ 500 mil

De acordo com a investigação da Polícia Civil, a família presa faturava cerca de R$ 500 mil por ano, com a venda, fabricação e distribuição das armas pela Grande Vitória.

A estimativa é que a família tenha produzido e comercializado aproximadamente 200 armas de fogo, com o valor de R$ 2,5 mil cada. Dentre os tipos de armamento estão: pistolas, rifles, carabina, garruchas e munições.

A produção de armas do grupo acontecia em uma casa na zona rural de Cariacica - o nome do local não foi passado pela polícia. Os suspeitos realizavam entregas no Bairro da Penha, em Vitória, e em Guarapari e Cariacica.

Foto: Divulgação/Sesp
Casa onde eram fabricados o armamento ilegal da família

Na fábrica de armas, foram apreendidos:

1 pistola calibre .380
1 rifle calibre .28
1 rifle calibre. 22
1 carabina calibre .22
1 garrucha
3 carregadores de pistola
41 munições calibre .380
31 munições calibre .38
13 munições calibre .12
22 munições calibre .28
26 munições calibre .36
10 munições calibre .32
4 munições calibre .45
3 munições calibre .40
86 munições calibre .22
1 munição calibre .765.

Ainda de acordo com a polícia, os fabricantes aprendiam a fazer o armamento por meio de tutoriais na internet, no YouTube. A venda era sob encomenda e as armas tinham as características que os solicitantes pediam.

"A demanda era tão grande que nem eles estavam conseguindo dar conta. Eles fabricavam da forma que a pessoa pedisse: o calibre, o modo de disparo... Era tudo por encomenda, tinha gente que encomendava de 10 em 10, inclusive", explicou o delegado Daniel Belchior, titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).

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Crianças eram utilizadas para despistar a polícia

O delivery das armas era feito de carro e, na maioria das vezes, por toda a família, utilizando até crianças.

O delegado Daniel Belchior disse que o grupo realizava as entregas em família e usava, até mesmo, crianças para não chamar a atenção das autoridades policiais. Em alguns momentos, eles escondiam as armas dentro das bolsas das crianças.

Ainda para mascarar o crime, a maior parte do grupo tinha trabalho formal, inclusive, uma das pessoas detidas, trabalhava como professora. De acordo com a polícia, esse perfil contribuiu para não levantar suspeitas.

"A grande dificuldade da investigação de fabricação de arma de fogo caseira envolve não só a rastreabilidade das armas, mas o perfil das pessoas. Elas não têm o perfil ou passagem que indicam que estão fabricando esse tipo de arma semi-industrial. Eles trabalhavam em outros empregos formais, inclusive, tem uma professora no meio", disse o delegado.

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