Polícia

Família de policial executado denuncia que mulher encomendou crime para ficar com pensão

José Maria Gagno Intra, de 56 anos, era policial civil aposentado e foi assassinado em Vila Velha. O cunhado dele está preso pelo crime

Redação Folha Vitória

Foto: Arte/Folha Vitória

A família do policial civil aposentado José Maria Gagno Intra, de 56 anos, assassinado na terça-feira (07), em Vila Velha, acusa a esposa dele de encomendar a morte e alega que o crime foi planejado para que ela receber a pensão, que chegaria R$ 15 mil.

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Os relatos são dos irmãos de José Maria, entrevistados pela reportagem da TV Vitória/Record. O advogado da família, Leonardo Gagno, que é primo da vítima, também compactua com a versão. 

Nério Intra Filho, irmão de José Maria, diz que o crime foi premeditado e que a mulher do policial morto viu “fragilidade no irmão”. O casal estava casado há pouco tempo, menos de dois meses. Nério, inclusive, declara que a mulher apenas aceitou casar por comunhão universal de bens.

De acordo com a família, José Maria estava no carro com a esposa e a cunhada. A esposa, então, teria pedido para o aposentado chamar o cunhado, Joberto Gil Cardoso, que estava na rua, alegando que era para dar uma carona. Quando o cunhado se aproximou, teria atirado contra a vítima. Ele foi preso pelo crime.

Foto: Reprodução TV Vitória
Nério Intra Filho alega que a mulher do irmão queria ficar com o dinheiro dele
"Com certeza foi tudo articulado, bem planejado. O antecedente dele é terrível. Ele é malquisto até pelo tráfico, de tão terrível que é. Meu irmão estava casado com ela há menos de dois meses e ela só aceitou casar com ele por comunhão universal de bens. Só ela usava o cartão dele. O salário dele passou a ser R$ 15 mil. O objetivo dela era esse", contou Nério em entrevista.

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A irmã do policial executado, Margarida Maria Gagno Intra, também acredita na versão de que a morte do aposentado foi encomendada pela esposa da vítima.

"Ele (o suspeito) saiu da prisão no mesmo dia e ela arquitetou o crime, é muita coincidência. A mulher casou com ele há um mês em meio, pensando em receber o salário dele e os direitos que ele tinha porque visualizou nele uma pessoa vulnerável. Mas ela está na condição de testemunha. Eu não admito isso. Foi tudo intencionado e arquitetado", disse Margarida.
Foto: Reprodução TV Vitória
Margarida Maria pede justiça: "Foi tudo intencionado e arquitetado"

Durante a entrevista, muito abalada, Margarida também afirmou que acredita na justiça. “Espero que ela não nos abandone. Acredito na justiça porque trabalhei com ela, sai da polícia com honra deles”, declarou. 

Suspeito de matar o policial está preso

O suspeito de matar o aposentado era cunhado da vítima. Identificado como Joberto Gil Cardoso, de 47 anos, ele foi autuado por homicídio qualificado e, horas antes do crime havia conseguido o benefício da saída temporária, referente ao Dia das Mães, conforme informou a Secretaria de Estado de Justiça (Sejus). 

A Sejus informou que o Joberto cumpre pena por estupro de vulnerável na Penitenciária Estadual de Vila Velha e recebeu o benefício de "saidinha" na terça-feira (7), dia do crime.

Joberto deu entrada no sistema prisional em junho de 2019, mas já havia sido preso em 2013 por furto e roubo, tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo.

Família acredita que cunhada também está envolvida

No relato dos familiares de José Maria, o crime ainda envolveu uma terceira pessoa: a cunhada do aposentado, que estava no carro no momento do crime. 

O advogado da família, Leonardo Gagno, que também é primo da vítima, conta que entende que o crime foi premeditado por conta dos acontecimentos recentes.

Foto: Reprodução TV Vitória
 Leonardo Gagno, advogado e primo do policial aposentado que foi morto
"Ela conseguiu casar com ele com comunhão universal de bens, o que não é muito comum nos dias de hoje. E José Maria, recentemente, ganhou uma causa da Justiça onde a remuneração dele teve um aumento muito grande. Nosso sentimento é que ela estava de olho para ficar com esta pensão. Aumentou de R$ 3 mil para R$ 15 mil", explicou.

Além disso, segundo o advogado, após o aumento do valor, a qualidade de vida da vítima mudou. “Foi justamente nesse momento que ela se aproximou dele, começou um relacionamento e conseguiu casar com ele. Dominou ele completamente”, declarou.

Mulher da vítima foi ouvida como testemunha 

Em nota, a Polícia Civil informou que esposa foi levada para a delegacia em condições de testemunha.

Conforme informação apurada pela reportagem do Balanço Geral, a mulher disse em depoimento não saber a motivação do crime ou quem seria o executor. 

O caso seguirá sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha e detalhes da investigação não serão divulgados no momento, segundo nota encaminhada pela Polícia Civil.

*Com informações de Paulo Rogério, repórter da TV Vitória/Record.

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