ARTIGO IBEF

Como avaliar o crescimento econômico de um país?

Construir uma visão da conjuntura macroeconômica é importante para entender o cenário atual e projetar cenários futuros

IBEF-ES

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
*Artigo escrito por Pedro Henrique Mariano, MBA em Controladoria e Finanças, consultor e executivo de Controladoria, Planejamento, Finanças, Orçamento, Resultado e Processos e Coordenador do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.

O aumento no nível de atividade econômica, associado a uma maior capacidade produtiva e de consumo, pode ser interpretado como crescimento econômico. 

Construir uma visão da conjuntura macroeconômica é importante para entender o cenário atual e projetar cenários futuros, de forma que decisões para investimentos recebem forte influência de tais informações.

O indicador normalmente utilizado como medida para avaliar o crescimento econômico é o PIB (Produto Interno Bruto), composto por diversos fatores, como: 

1) Consumo das famílias; 
2) Gastos do governo; 
3) Investimento das empresas e 
4) Importações e exportações. Todos os fatores envolvidos na composição do PIB são parâmetros para avaliar se a atividade econômica está se elevando e, portanto, resultando em crescimento econômico.

Ao analisar a conjuntura macroeconômica, existem mais indicadores que ajudam na análise da economia do país. A seguir, a forma como cada uma dessas métricas influencia no crescimento:

Taxa de juros: a taxa básica de juros, taxa Selic, exerce papel de controle da economia, uma vez que, quanto menor a taxa, mais dinheiro é movimentado em empréstimos e financiamentos e, portanto, há uma aceleração da economia.

Inflação: geralmente medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), reflete o aumento ou queda dos preços de bens e serviços, de forma que, quanto menor o índice, maior o poder de compra e, consequentemente, o consumo que aquece a economia;

Taxa de desemprego: quanto menos pessoas desempregadas, mais forte é a economia. Isso porque é um sinal de que as empresas estão contratando mão de obra para aumentar a produtividade e atender às demandas de mercado;

Balança comercial: a relação entre as importações e exportações é de relevante acompanhamento, pois quando a balança comercial é positiva (exportações maiores do que importações), implica internamente na capacidade de suprir as demandas sem recorrer a outros países

O Brasil pela lente do mundo

O Brasil figura entre as 10 maiores economias do mundo, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), e possui uma série de características favoráveis para esse cenário. 

Fatores como o tamanho da população, a extensão territorial e a quantidade de recursos naturais disponíveis tornam o país uma potência tanto produtiva quanto consumidora.

O Banco Mundial, em uma análise de contexto, enxerga os desafios existentes, tais quais o sistema tributário complexo, ambiente desfavorável ao empreendedorismo, a dificuldade em desenvolver o capital humano, a ineficiência das políticas públicas de intervenção estatal e os altos gastos governamentais, inclusive de origem previdenciária.

“Encontrar o equilíbrio certo entre proteger os mais pobres e garantir a sustentabilidade das finanças públicas, inclusive em níveis subnacionais, é um desafio político fundamental a ser superado nos próximos anos.”, segundo o Banco Mundial.

No espectro das oportunidades, o Brasil continua representando um ativo natural no contexto global, assim como se apresenta como laboratório de inovação em políticas públicas.

O Banco Mundial ainda apresenta três pilares da Estratégia de Parceria do País:

Sustentabilidade fiscal e aprimoramento da prestação de serviços;
Aumento da produtividade e investimentos do setor privado;
Desenvolvimento inclusivo e sustentável.

A matriz energética de um país é fator vital para determinar o potencial de crescimento de sua economia. No Brasil, além da capacidade instalada, há espaço para intensificar a geração de energia eólica, solar e de biomassa, em busca de sustentabilidade e de segurança energética.

A evolução tecnológica, ao mesmo tempo que depende de energia, também apoia na geração, no consumo e no reaproveitamento cada vez mais eficientes na sociedade. 

Porém, o mundo está com o alerta ligado para a transição energética, de forma a buscar a migração de matrizes energéticas poluentes para fontes de energia renováveis.

Numa esfera tão importante quanto a energética, desenvolver o capital humano com investimentos estruturados e massivos é uma forma de tratar, na origem, outros temas relevantes, como a saúde, segurança, empregos, meio ambiente, infraestrutura e economia.

É preciso formar a pessoa que será o professor, cientista, administrador, engenheiro, mecânico, arquiteto, médico, enfermeiro, advogado, político, psicólogo, designer e artista que trabalhará em prol da coletividade.

Portanto, se fazem necessárias políticas de efeito a longo prazo para que permitam aos brasileiros assumirem cada vez mais protagonismo, tanto no cenário interno quanto no internacional.

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