Economia

PIB do Espírito Santo tem queda de 1,2% no primeiro trimestre

Para o IJSN, a tendência é de que o resultado do segundo trimestre seja pior, já que abrangerá os meses afetados pela pandemia do novo coronavírus

Foto: Divulgação / Pexel

O Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, no primeiro trimestre deste ano, teve queda de 1,2% na comparação com os três meses imediatamente anteriores. O resultado foi o pior desde o terceiro trimestre de 2018, quando a atividade econômica do Estado apresentou retração de 1,5%. 

O desempenho, no entanto, foi um pouco melhor do que a média nacional, que registrou queda de 1,5% na comparação com o quarto trimestre de 2019. 

Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado do primeiro trimestre de 2020 no Espírito Santo foi ainda pior, com redução de 1,7%. O resultado, inclusive, ficou abaixo da média do país, que teve queda de 0,3% nessa base comparativa.

Os dados foram divulgados na tarde desta quarta-feira (17) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Segundo o levantamento, contribuíram para a queda de 1,7% da atividade econômica no acumulado do ano o desempenho da indústria, que teve uma redução de 13,3%, e do setor de serviços, cuja retração foi de 2,4%. O resultado geral só não foi pior porque o comércio varejista ampliado apresentou um crescimento de 4,4%.

A contribuição negativa da indústria capixaba, segundo o levantamento, ocorreu em razão da queda na indústria extrativa (-25,5%) e na indústria de transformação (-1,2%). Já nos serviços, o recuo foi puxado pela retração de 10,7% em serviços prestados às famílias e de 4,1% em serviços de informação e comunicação. Em contrapartida, a contribuição positiva do comércio varejista foi influenciada pelo crescimento no varejo restrito (+2,1%) e em veículos, motocicletas, partes e peças (+6,4%). 

No entanto, vale lembrar que o período analisado foi predominantemente anterior às medidas adotadas pelo governo do Estado para tentar conter a pandemia do novo coronavírus — as ações, incluindo o fechamento do comércio considerado não essencial nas primeiras semanas da pandemia, começaram a ser adotadas na segunda quinzena de março, último mês que compõe o primeiro trimestre. Por causa disso, o IJSN destaca que a tendência é que o resultado do segundo trimestre seja ainda pior, uma vez que levará em consideração os resultados obtidos nos meses de abril, maio e junho.

Com relação à produção agrícola, os resultados esperados variam conforme a cultura a ser observada. Segundo o IJSN, nas dez principais lavouras, há expectativa de redução em quatro e expansão em seis. As que devem ter queda são: café conilon (-6,4%), tomate (-2,2%), cana-de-açúcar (-6,9%) e abacaxi (-16,2%). Por outro lado, espera-se crescimento nas seguintes lavouras: café arábica (+33,4%), pimenta-do-reino (+7,5%), nanana (+2,9%), mamão (+8,3%), cacau (+2,7%) e coco (+0,6%).

Ainda de acordo com o Instituto Jones dos Santos Neves, o valor nominal do PIB capixaba, no primeiro trimestre de 2020, foi de R$ 29,9 bilhões, o menor dos últimos quatro trimestres. No entanto, considerado o acumulado desses quatro últimos trimestres, o PIB nominal do Estado foi de R$ 125 bilhões, o melhor resultado, nessa base de comparação, desde o primeiro trimestre de 2017.

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