Economia

Caixa planeja prazo de 35 anos para contratos do casa Verde e Amarela

O banco estatal já trabalha com prazo de financiamento de 35 anos fora do programa habitacional, em linhas de crédito que contam com recursos da caderneta de poupança

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Paulo Carvalho | Agência Brasília

CORREÇÃO: O Estadão Conteúdo fez uma correção nesta reportagem na tarde desta quarta-feira (24). O texto foi atualizado.

A Caixa Econômica Federal planeja oferecer, a partir de 1.º de setembro, financiamento imobiliário com prazo de pagamento de até 35 anos dentro do Casa Verde e Amarela (CVA). Atualmente, o prazo máximo para esse tipo de operação é de 30 anos.

A informação foi dada ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, pelo diretor executivo de habitação da Caixa, Rodrigo Wermelinger. "A medida vai ajudar a colocar mais gente para dentro desse mercado", afirmou ele, após participar de um debate sobre habitação popular com empresários no Sindicato da Habitação (Secovi-SP), em São Paulo.

Segundo Wermelinger, é esperada para hoje a sanção pelo presidente da República da Medida Provisória 1.107, que ampliou o prazo limite de financiamentos imobiliários com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de 30 para 35 anos. O Casa Verde Amarela é o principal destino dos recursos do fundo.

O banco estatal já trabalha com prazo de financiamento de 35 anos fora do programa habitacional, em linhas de crédito que contam com recursos da caderneta de poupança. 

A nova medida é bastante aguardada por empresários do setor da construção, pois o aumento no prazo de pagamento no CVA permitiria maior diluição do valor das parcelas do imóvel ao longo do tempo - estimulando o fechamento de novos contratos.

Desembolso

Um financiamento de R$ 200 mil em 30 anos, por exemplo, gera hoje parcelas iniciais de R$ 1.686. Esse valor cairia para R$ 1.607 (considerando uma taxa de 7% ao ano no Sistema SAC) com um prazo de financiamento de 35 anos.

O pano de fundo para a edição da nova medida provisória é a disparada nos custos de construção, que fez muitos empresários suspenderem lançamentos de projetos dentro do programa habitacional porque as contas não fechavam mais. 

A partir daí, houve uma articulação dos empresários no governo federal e no conselho do FGTS para aumentar subsídios à população atendida pelo CVA, reduzir taxas de juros e ampliar a faixa de renda dos beneficiários.

O diretor de habitação da Caixa disse que não espera grandes dificuldades operacionais com o prazo ampliado nas linhas do FGTS. "A nossa carteira de crédito imobiliário é paga pelos clientes em dez anos, em média. Sempre que ganham o décimo terceiro ou um dinheiro extra, procuram amortizar", contou.

Na média, a inadimplência na carteira habitacional é inferior a 2%. Wermelinger não abre o dado das linhas do FGTS, mas disse que estão controladas e não são motivo de preocupação.

A Caixa hoje responde por 99,9% dos empréstimos com recursos do FGTS. Até 2014, a sua participação era de 80%, ficando a fatia restante com o Banco do Brasil, que foi saindo aos poucos do ramo. De janeiro a julho, as contratações da Caixa no segmento atingiram R$ 34,8 bilhões. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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