Economia

Inflação: na contramão do país, ES registra maior aumento de preços do Brasil em agosto

Enquanto no país houve deflação de 0,36%, a Região Metropolitana de Vitória viveu aumento do custo de vida em 0,46%, puxado por transporte, energia e alimentos

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução TV Vitória

A inflação de agosto na Grande Vitória teve um comportamento oposto daquela medida a nível nacional. Enquanto no Brasil os preços registraram queda de 0,36% (segundo mês consecutivo da chamada deflação), puxada principalmente pela variação negativa no preço dos combustíveis, na Região Metropolitana do Espírito Santo, os valores dos produtos em geral ficaram mais caros, numa alta de 0,46%. 

Com o resultado de agosto, o Estado teve a maior alta de preços em todo o país.

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As informações são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (09), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. 

De acordo com a pesquisa, mesmo com a queda no preço dos combustíveis por causa da diminuição da cobrança do ICMS e atuação da Petrobras, a Região Metropolitana de Vitória se destacou no país e registrou aumento de preços no grupo Transporte, em 35,94%, puxado principalmente pelo aumento do valor cobrado por quilometragem nos serviços de táxi. 

Vitória também registrou destaque nacional com o aumento nas faturas de energia elétrica, com alta de até 11,16%, após reajuste de 10,37% nas tarifas desde 7 de agosto, além de aumento dos impostos de PIS/Cofins cobrados nas faturas. 

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Entre as categorias que registraram alta em todo o país, estão Vestuário (+1,69%),  Saúde e Cuidados Pessoais (+1,31) e Educação (+0,61%). 

No grupo Alimentação e Bebidas, houve altas em componentes importantes na cesta das famílias, como o frango em pedaços (2,87%), o queijo (2,58%) e as frutas (1,35%). 

Por outro lado, ocorreram quedas expressivas nos preços do tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%). Além disso, o preço do leite longa vida, que havia subido 25,46% em julho, caiu 1,78% em agosto.

Economistas e especialistas alertam que essas quedas ainda não foram percebidas pela população cujo poder aquisitivo é menor. A deflação, para essas famílias, não acontece na prática.

Foto: Reprodução TV Vitória
Economista Eduardo Moreira comemora deflação mas alerta que preço dos alimentos ainda está alto e castiga o bolso do poder aquisitivo de família carentes

"Quando olhamos especificamente para o grupo de alimentos, há uma grande preocupação porque esses itens ainda acumulam alta de 10% nesses primeiros meses do ano. Naturalmente, isto traz uma preocupação, principalmente para as famílias de baixa renda e que não têm tido uma correção de salário suficiente para acompanhar a alta do preço desses alimentos no supermercado", sintetiza o economista Eduardo Moreira. 

A expectativa é que a inflação recue, mas não num percentual desejável para o bolso até o final do ano.

"O cenário para os próximos meses é a gente acompanhar uma tendência de desaceleração dos preços. Os economistas estimam para este ano de 2022 a inflação brasileira deve alcançar 7%. Estamos longe daquele patamar desejado de inflação em 4%, mas está melhor do que o ano passando, quando a inflação fechou em torno de 10%", compara o economista.

Com informações da repórter Luana Damasceno, da TV Vitória/RecordTV


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