Economia

Inteligência artificial e outras tecnologias garantem água para lavouras

Técnicas de irrigação aliadas a ferramentas de captação e análise de dados e consultoria vêm contribuindo para o aumento da produtividade em diferentes cultivos

Redação Folha Vitória

Foto: Hydra/Divulgação

Um dos maiores desafios de produtores no Brasil é tornar suas lavouras mais sustentáveis e eficientes. E isso passa por uma gestão mais inteligente do uso da água que vai irrigar as plantas o ano todo. Para isso, novas tecnologias têm se tornado importantes aliadas, como a inteligência artificial.

Essas técnicas envolvem sensores e dispositivos inteligentes para monitorar o solo e os cultivos, garantindo água e nutrição para as lavouras de forma equilibrada em todas as estações do ano, mesmo em períodos de longa estiagem.

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Irrigação por gotejamento, fertirrigação e nutrirrigação são algumas das técnicas que, junto a ferramentas de captação e análise de dados, além de experiência, vêm contribuindo para maior produtividade em diferentes cultivos no País.

“Existe uma série de ferramentas que ajudam a gerar informações com precisão, em tempo real, dando suporte para tomarmos a melhor decisão sobre quando e quanto irrigar. O processo de produção vegetal é muito dinâmico, e variações bruscas de clima ou da própria planta têm de ser tratadas pelo gestor de irrigação, adequando-as a cada fase do ciclo produtivo”, explica o diretor da Hydra Irrigações, Elídio Gama Torezani.

Ele acrescenta que, hoje, já é possível usar a inteligência artificial e algoritmos nesse manejo, por meio de equipamentos de coleta de dados. “Fazer essa gestão é tão importante quanto termos um sistema bem dimensionado e planejado”, ressalta o diretor.

Sistemas mais modernos

Um dos sistemas que mais se destaca pela tecnologia e economia de água é o de irrigação por gotejamento. 

Essa tecnologia permite que a água seja aplicada na raiz das plantas por meio de tubogotejadores de forma a se deixar uma faixa contínua de umidade abaixo da linha de plantas. 

Segundo Torezani, esse sistema tem vantagens como a entrega da água em velocidade compatível com a de absorção das plantas, tornando menos importante a utilização do solo como reservatório. 

“Isso viabiliza a melhor exploração de solos com baixa capacidade de armazenamento de água”, explica.

No gotejamento subterrâneo, esses tubos são instalados abaixo da superfície, tornando o sistema ainda mais eficiente, já que reduz perdas de água por evaporação e o risco de danos por maquinários e animais silvestres, assim como diminui a população de ervas não desejáveis ao cultivo.

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Outra técnica de relevância é a fertirrigação, tecnologia que entrega fertilizante por meio da água. 

“Esse método se aplica a diversos sistemas, desde os mais simples, como aspersão, até os mais sofisticados, como gotejamento. Pode ser usado em qualquer cultivo. Quanto mais tecnificado for o processo produtivo agrícola, mais dependente é dessa tecnologia”, observa Torezani.

Já a nutriirrigação é uma evolução patenteada dessa técnica.

“Ela é exclusiva do gotejamento e propõe a entrega de uma solução nutritiva, obedecendo a critérios de ordem fisiológica, durante o ciclo anual da planta. Isso significa ajustar doses, concentrações e composição compatíveis com cada momento de ciclo de produção. Por isso, gera resultados de maior eficiência no uso do fertilizante e da água”, explica o diretor da Hydra.

Qual é o melhor sistema de irrigação?

Torezani destaca que a escolha pelo melhor método depende de diferentes fatores e passa pela avaliação de um profissional habilitado para isso.

“O melhor sistema é aquele que produz mais retorno, com menor impacto socioambiental. É preciso analisar a qualidade da água, características físicas do solo, relevo, nível técnico do produtor, mão de obra, tipo de plantio entre outros”, explica. Entendendo todo o cenário o profissional pode definir qual o sistema de irrigação mais indicado, informa. “A ferramenta mais adequada tem que ser pensada a quatro mãos, entre o engenheiro projetista de irrigação e o produtor”, pontua o especialista.

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