Economia

'O Brasil sentirá falta do seu sorriso', diz João Doria sobre morte de Lázaro Brandão

O ex-presidente do Bradesco morreu no começo desta quarta-feira, 16, aos 93 anos

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou a morte de Lázaro de Mello Brandão, ex-presidente do Bradesco. "O Brasil sentirá falta do seu sorriso, da sua lucidez e do seu entusiasmo pelo trabalho e pelas boas causas", afirmou o governador em um post no Twitter.

Doria disse também que o País perde um empreendedor nato, "um otimista, um homem que sempre acreditou no seu povo e no seu País".

O ex-presidente do Bradesco morreu no começo desta quarta-feira, 16, aos 93 anos.

Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, lamentou a morte de Lázaro de Mello Brandão, presidente das holdings do Bradesco, nesta quarta-feira, aos 93 anos. Brandão começou sua trajetória no setor bancário brasileiro em 1942 como escriturário na então Casa Bancária Almeida & Cia., que se transformou no ano seguinte no Bradesco.

Desde então, construiu carreira na instituição, onde passou pelas mais variadas funções, até chegar ao topo da hierarquia, como presidente executivo e também como presidente do Conselho de Administração do banco.

"É com grande tristeza que recebi a notícia do falecimento de Lázaro de Mello Brandão, a quem conheci desde 1992, quando fui Secretário do Tesouro. Um dos mais importantes e significativos representantes da história do setor bancário de nosso país e da América Latina. Além de um grande banqueiro, ele foi um grande brasileiro e um gentleman", lamentou Murilo Portugal, que está em Washington para reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Portugal disse que Lázaro de Mello Brandão, atento às transformações tecnológicas do setor, das quais foi um dos principais líderes, no comando do Bradesco, sempre defendeu valorizar as inovações a serviço do atendimento personalizado aos clientes. "Foi ainda um dirigente ativo e consciente do papel dos bancos no apoio ao desenvolvimento da economia nacional", afirmou.

Banco Central

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que recebeu "com pesar" a notícia do falecimento de Lázaro Brandão. "Como homem da indústria bancária, Lázaro marcou sua trajetória pelo espírito inovador e empreendedor", disse. "Foi um verdadeiro pioneiro dos nossos tempos. Expresso minhas condolências aos familiares, amigos e a todo corpo funcional do Bradesco neste momento de dor", acrescentou.

CNseg

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) também lamentou a morte de Lázaro de Mello Brandão. "Profissional admirado e respeitado, Brandão deixa como legado sua imensa capacidade e disposição ao trabalho, talento e visão de futuro. Sua trajetória é, sem dúvida, relevante exemplo de liderança para várias gerações de profissionais, em especial as do mercado financeiro e segurador", disse a CNseg, em comunicado.

ABBC

O Brasil perde um ícone do sistema financeiro e um de seus mais ilustres representantes, disse a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) em nota sobre o falecimento. "Brandão dedicou toda a sua carreira a um dos maiores bancos do País, sempre com coerência profissional e ética", comentou a ABBC.

A associação que representa os bancos médios e de nicho, lembrou que Brandão esteve à frente do seu tempo, sendo um dos grandes construtores de uma organização moderna, eficiente e respeitada pela comunidade corporativa. "O Bradesco foi um dos pioneiros em tecnologia, graças à determinação de Lázaro Brandão, que não poupou esforços para o desenvolvimento de sistemas que facilitaram a vida dos clientes", disse a ABBC.

Na nota, a ABBC afirma ainda que "seu legado certamente continuará a influenciar não só aqueles que trabalharam diretamente com ele, como todos os que atuam na área financeira. A ABBC se solidariza com a família e com todo o conglomerado Bradesco por essa grande perda para o Brasil".

Setor imobiliário

Representantes do setor imobiliário também lamentaram a morte de Lázaro de Mello Brandão. O Bradesco é tradicional na concessão de financiamento para a compra e construção de imóveis, atuando em parceria com diversas incorporadoras ao longo dos anos.

O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Basílio Jafet, classificou Brandão como "uma figura exponencial" e que conquistou "merecido respeito no mercado nacional e internacional". "Os mais de 75 anos dedicados ao Bradesco, onde atuou desde a sua fundação, contribuíram decisivamente para consolidar a instituição como uma das mais importantes no sistema financeiro, com destaque no crédito imobiliário", disse Jafet. "É um grande exemplo e uma grande perda para o nosso País", completou.

"O País perde um dos seus mais ilustres empresários que trabalharam para tornar o Brasil seguro e forte para investimentos", declarou o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França.

França lembrou ainda que o grupo Bradesco foi além da concessão de crédito e fundou a BSP Empreendimentos Imobiliários S.A., consolidando a gestão de ativos imobiliários do banco.

Abilio Diniz

Abilio Diniz, sócio da Península Participações, também lamentou a morte de Lázaro de Mello Brandão. "Lázaro Brandão deixa um legado de criatividade e simplicidade, que nele se mostravam complementares. Suas sete décadas no banco o colocaram na história do sistema financeiro nacional. Deixo à família e a seus colegas meu sincero pesar", diz Diniz, em nota.

Sindicato dos Bancários de SP

O ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini, lamentou a morte do ex-presidente do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão. O economista faleceu nesta quarta-feira, 16, aos 93 anos, devido a complicações de uma cirurgia de diverticulite - uma inflamação interna do intestino.

Berzoini, que comandou a entidade entre 1994 e 2000, disse que Brandão foi uma "exceção" entre os banqueiros. Segundo o sindicalista, o ex-presidente do banco era solícito e aberto a diálogos e negociações com os sindicalistas. "Era uma pessoa muito objetiva, acessível e sempre correta do ponto de vista sindical", relembra.

Na visão de Berzoini, Brandão "mudou o perfil do Bradesco" e tornou o banco uma referência para os demais concorrentes. "Por exemplo, se havia um reajuste, os demais usavam como referência para não perder profissionais ou não ter problemas com o sindicato", explica.

O ex-presidente do sindicato lembra também a compra do BCN, em 2007; na época, Brandão teria prometido a Berzoini que não demitiria funcionários por conta da fusão das empresas. "Acompanhamos por muitos anos e, fora o pessoal que queria sair ou era demitido por justa causa, não houve demissões", afirma.

Lázaro de Mello Brandão faleceu no começo desta quarta-feira, 16. Ele dedicou 76 anos da sua vida ao Bradesco; 18 na presidência, entre 1981 e 1999. Depois, ficou na presidência do conselho de administração do banco até 2017. O administrador e economista deixa a mulher, duas filhas e um neto.

Paulo Skaf

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Paulo Skaf, disse que foi com profundo pesar que recebeu a notícia da morte de Lázaro de Mello Brandão.

"Ao longo de mais de sete décadas de trabalho, ele transformou o Bradesco em uma das mais importantes instituições financeiras do país. Construiu uma das mais brilhantes carreiras do mundo empresarial com garra, competência e espírito empreendedor. Ele era um exemplo para todos. Era uma pessoa amável, simples, humana e dono de um imenso carisma", afirmou Skaf, acrescentando que Lázaro Brandão mantinha o olhar aguçado e a crença em um Brasil melhor. "Nós da indústria lamentamos o seu falecimento e nos solidarizamos com sua família, com seus amigos e com os conselheiros, diretores e colaboradores do Bradesco", disse, em nota.


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