Com a pandemia em alta, 22% das reservas nos hotéis do ES para o verão são canceladas
Além disso, a taxa média de ocupação desses estabelecimentos atualmente é de 38%, enquanto que, no mesmo período de 2019, estava em pelo menos 75%
O período de final de ano, com férias e verão, costuma ser o mais lucrativo para os setores de hotelaria e turismo no Espírito Santo. No entanto, neste ano, a realidade será bem diferente, devido à pandemia do novo coronavírus. Ambos estão entre os setores da economia que mais acumulam prejuízos.
Com o aumento de casos confirmados de covid-19 no estado, subiram também os cancelamentos de reservas em hotéis. A taxa média de ocupação atualmente é de 38%, enquanto que, no mesmo período do ano passado, a ocupação estava em pelo menos 75%. Além da baixa ocupação, 22% das reservas de hóspedes para o verão foram canceladas.
Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (Abih-ES), Gustavo Guimarães, o sentimento entre os empresários do setor é de incerteza. "Em termos de planejamento, isso para o hotel é péssimo. Nós não podemos fazer um planejamento de contratação de mais mão de obra, investimentos na infraestrutura, melhoria no equipamento turístico, porque a gente fica numa incerteza muito grande de como vai ser, efetivamente, o mês de janeiro", destacou.
A direção de um hotel em Amarelos, Guarapari, no entanto, está otimista. Para receber os hóspedes, o estabelecimento precisou alterar toda a rotina. A limpeza no local foi reforçada e a ocupação foi limitada a 70%. A expectativa é que a procura continue alta, mesmo na pandemia.
"Estamos seguindo esses protocolos: tomada de temperatura quando o hóspede chega, a explicação de como o hotel está funcionando e o uso de máscara nas áreas comuns, que é obrigatório", frisou o proprietário do hotel e presidente da Associação de Hotéis e Turismo de Guarapari, Marcos Azevedo.
No entanto, ele ressalta que o otimismo só vale se os números de contaminações pela covid-19 não saírem do controle. "Imagine se a gente não tomar providência antes, para evitar que isso aconteça. Nós vamos ter que tomar uma medida de urgência e aí vai ser o caos. Imagina a estrada fechada".
Com as reservas nos hotéis em baixa e o cancelamento da maioria das festas de réveillon no litoral capixaba, a recuperação do setor deve demorar mais tempo. Segundo o secretário estadual de Turismo, Durval Uliana, o turista deve ficar vigilante quanto aos protocolos a serem seguidos.
"Nós implantamos o selo de proteção 'Turismo Limpo, Seguro e Responsável', e hoje nós temos mais de 500 empresas do estado que têm esse selo. É muito importante que os empreendedores adotem esses procedimentos, mas também o turista observe a adoção desses protocolos e também reflita sobre o seu comportamento", destacou.
Cautela
Mesmo com a vontade do turista de curtir essa época do ano no litoral capixaba, a médica infectologista Rúbia Miossi alerta que o momento ainda é de cautela. "A gente tem calor, as pessoas querem ir para a praia, querem aproveitar um pouquinho esse sol e esse litoral maravilhoso, só que a gente ainda continua num momento de alto risco de transmissão de coronavírus. Então esse momento ainda é um momento de a gente aguardar", afirmou.
"Em festas de natal, final de ano, todo mundo quer descansar. Mas é muito melhor descansar sem doença", completou a infectologista.
Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV
