Entretenimento e Cultura

Flip ganha novo público em 2014

Redação Folha Vitória

Paraty - O curador da 12ª. edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), Paulo Werneck, fez um balanço inicial dos primeiros três dias do evento e concluiu que houve uma mudança no perfil do público, atraído não mais pela presença de superastros da literatura, mas interessado em descobrir novos autores ou escritores só agora publicados no Brasil, como o russo Vladimir Sorókin (de Dostoievski Trip), por exemplo. "Em edições anteriores, como parte do público, percebi que alguns autores ficavam numa zona escura", declarou Werneck, concluindo que sua curadoria buscou equilibrar a balança, abrindo espaço para mesas como a da fotógrafa Claudia Andujar debatendo a questão indígena com o líder ianomami Davi Kopenawa.

Com o rosto pintado por um índio, uma seta vermelha contra o mau olhado, Paulo Werneck parecia, como os curadores de edições anteriores, preocupado com a resposta do público a mesas que reúnem intelectuais que não lidam com palavras, mas imagens, caso da primeira de sexta-feira, 1º, "O Guru do Meier", que tinha os desenhistas Cássio Loredano e Claudius conversando com o jornalista e escritor Sérgio Augusto, colunista do jornal O Estado de S.Paulo. "Foi uma boa surpresa essa química entre eles, com o público se divertindo muito".

O curador vê uma renovação do público frequentador da Flip, que ganhou mais casais jovens e crianças, atraídos pela programação paralela realizada por parceiros e patrocinadores da festa literária. "Não somos pautados pelo exclusivismo e consideramos muito positiva a ampliação dos debates fora da tenda dos autores". Muitas editoras, instituições como o Sesc e institutos, como o Moreira Salles, mantêm uma programação com os próprios autores convidados pela Flip, debatendo outros temas nas casas alugadas em Paraty, que tem reunido um grande número de interessados. Werneck garantiu que o orçamento deste ano, menor que em anos anteriores por problemas de captação, não prejudicou a programação. "Vivemos no contexto brasileiro e num ano atípico de Copa, mas não tivemos queda no padrão da Flip".

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